a corrida é propícia a acontecimentos que nos acompanharão ao longo da vida. e a provas de amizade e entrega que nos deixam pequeninos e eternamente gratos.
no dia 4 de dezembro de 2005 estreei-me na maratona, em lisboa. a prova não correu totalmente como esperava e muito a custo lá se fez (o amigo nuno kabessa teve a amabilidade de publicar o relato no mui querido blogue que veneramos). cortar a meta foi uma conquista inenarrável.
todavia, o momento que guardo com mais intensidade não foi cortar a linha da meta.
por volta do quilómetro 38,5 já ia a lamber o asfalto sem saber se andava ou corria. alternava e só sabia que iria terminar e que o caminho era para a frente. a cristina e os amigos esperavam-me e sabia que lá chegaria nem que demorasse mais 1 dia.
repentinamente senti um alerta no que restava da minha lucidez: pensei estar alucinado. o pedro oliveira corria direito a mim. não estava a acreditar. tinha concluído a maratona há talvez mais de 1h e agora ia acrescentar mais 6 km aos 42,195m.
chegou com um sorriso e perante a minha estupefacção disse-me que me vinha rebocar. e ainda me chamou qualquer coisa parecida com calinas porque ia a tartarugar.
no dia 4 de dezembro de 2005 estreei-me na maratona, em lisboa. a prova não correu totalmente como esperava e muito a custo lá se fez (o amigo nuno kabessa teve a amabilidade de publicar o relato no mui querido blogue que veneramos). cortar a meta foi uma conquista inenarrável.
todavia, o momento que guardo com mais intensidade não foi cortar a linha da meta.
por volta do quilómetro 38,5 já ia a lamber o asfalto sem saber se andava ou corria. alternava e só sabia que iria terminar e que o caminho era para a frente. a cristina e os amigos esperavam-me e sabia que lá chegaria nem que demorasse mais 1 dia.
repentinamente senti um alerta no que restava da minha lucidez: pensei estar alucinado. o pedro oliveira corria direito a mim. não estava a acreditar. tinha concluído a maratona há talvez mais de 1h e agora ia acrescentar mais 6 km aos 42,195m.
chegou com um sorriso e perante a minha estupefacção disse-me que me vinha rebocar. e ainda me chamou qualquer coisa parecida com calinas porque ia a tartarugar.
(foto: carlos ferreira) (o po de preto e eu de branco)
não consigo honestamente descrever o que significou aquele gesto para mim.
apenas que o guardo na minha memória física como algo que perdurará enquanto o meu sangue decidir correr.
e agora, para o fazer perdurar um pouco mais, aqui fica a partilha de um gesto de amizade com a a corrida, e a maratona em particular, por pano de fundo.
obrigado pedro. pertences a uma espécie em vias de extinção. por isso te chamamos buda no nosso gafe.
por isso, é uma honra ser teu amigo.
ab
5 comentários:
Como o atleta referido no post, sinto que tenho de ser o 1º a deixar um comentário.
Para quem pratica atletismo sabe que é perfeitamente normal existir esta entre-ajuda entre os colegas.
Também já fui "rebocado" algumas vezes (e não foram tão poucas como isso)...em Vendas Novas pelo António L., na Nazaré e em Roma pelo Pedro T., numa meia de Lisboa pelo Nuno K. e pelo Elvis C., etc...
Sem contar com as situações em que "nos vamos a rebocar mutuamente"...
Muito bonito o gesto do Po. Ora aí está um amigo a conservar.
Boas corridas, António e Bom fim-de-semana.
Nisto das rebocadas...
Acho que acabam por se rebocar uns aos outros.
Mas este rapaz Budha está acima da média, tem fantásticos records de tempos máximos em algumas provas, e não me refiro só às 2h17m na Corrida do Tejo...
E então, se o vissem a representar :-)
Aí sim, ficavam de "cara à banda"
PSilvestre
Enfim, este menino é um 'must'... ;)
TDavid
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