domingo, 22 de junho de 2014

Paixão pelo movimento

É isso.
O motivo do relato é a PAIXÃO, não por uma ou outra atividade, mas por todas, pelo desafio, pela descoberta, pela mudança, pelo movimento. Pelo autoconhecimento, pela busca da essência, talvez.

Não é exclusivamente uma paixão pela natação, a primeira grande paixão, que durou da infância até à idade adulta, praticada a um nível mais a sério e competitivo.

Não é, apenas, pelo basquetebol, pelo voleibol, pelo futebol, pelo ténis, pelo ténis de mesa, pelo andebol, pelo skateboard, pela carreirinha em pranchas de esferovite, mais tarde designada de bodyboard, pelo surf, pelo badminton, pela corrida na provas do liceu, pelo kayak mais recentemente (e que durou tão pouco, …, pois corpo velho, com hérnias, não pode aprender certas línguas)…, praticados por gozo até o corpo deixar de ter centro de gravidade adequado e peso e tonicidade  de jovem ou de jovem atleta, para permitir praticar a maioria desta atividades sem lesões.

Não é somente a paixão fulminante pela corrida, mais tardia, que chegou e bateu bem forte, a ponto de apenas ter deixado de correr por motivos de saúde que começaram a condicionar o meu bem-estar e o apoio que devia dar à rapaziada cá de casa. Ou pela caminhada que me servia para atenuar a dor na alma quando tinha paragens forçadas por lesão.

Não é, também, uma paixão particular e ainda mais tardia pelas atuais pedaladas e por montar uma bicicleta e pedalar muito, para longe, nascida como consequência das mazelas da idade; pedalar em vários níveis e desníveis, por vezes com as mais adversas condições atmosféricas.

O movimento, qualquer forma de movimento, devidamente organizado, é então o que esta paixão tem de essencial, desde tenra idade, para desfrutar plenamente do caminho.

Em qualquer das atividades que referi existe um traço que tornei comum: praticá-las significava gastar tempo, tentar evoluir, conhecer o patamar seguinte, aprimorar a técnica, estudar como poderia melhorar, melhorar, melhorar sempre, a técnica e o gozo por praticá-las. Independentemente de qual fosse, qualquer uma, foi sempre uma necessidade manter a prática, manter-me em movimento.

No caso da corrida e da bicicleta significou levar o corpo, e sobretudo a mente, a desafiar limites que julgava tão inalcançáveis quanto distantes. Significou arranjar a força e a disciplina, a perseverança, para terminar qualquer corrida nunca antes corrida, ou pedalar para muito longe, bem longe do que havia alguma vez acreditado. E sempre que terminava (que termino) cada um dos desafios resultante das novas formas de movimento, apesar das dores, do cansaço, da desilusão em alguns casos, de descrença noutros, estava, estou sempre e de novo a sentir a semente da vez seguinte, do desafio seguinte, do obstáculo seguinte.

Não interessa tanto, agora o percebo, o meio que escolho, o instrumento, para iniciar o movimento e renovar os novos movimentos que me vão surgindo na vida, na nova vida que cada um de nos descobre e redescobre, e renova, após cada desafio e cada escolha.

Parar é morrer, diz-se. Acredito piamente nisso. Cresci na praceta, no meio dos joelhos esfolados com erva, das mãos rasgadas com feridas e das normais nódoas negras nas canelas, no meio da vertigem e da adrenalina, do medo tão apetecível proporcionado por tantas forma de movimento, desafiadoras sempre e sempre das zonas de conforto. E é por isso que, seja de que forma for, é importante nunca parar com o movimento.

E as paixões, todas elas, dão lugar a novas paixões, a novos lugares, a novas pessoas, a novas descobertas. A novos caminhos, no encontro com a essência. O movimento, cada uma das atividades que escolhemos, permitem não parar. A atual é a bicicleta; pedalar para longe, o mais longe possível, gradualmente, desafiando a mente e conhecendo melhor o corpo e as reações, os limites, os riscos; possibilita-me a redescoberta, ter mais consciência de quem sou, de como sou e, sobretudo, de quem me quero tornar.

Sempre que pedalo estou mais perto … do desafio seguinte. Como quando corria, sempre que treinava ou que fazia uma maratona ou uma prova nos trilhos. Mais perto de crescer. Mais perto da derrota, da luta comigo mesmo, da vitória. Da essência.

Afinal, seremos sempre a forma como nos movimentamos, individualmente ou na relação com os outros. Sem importar muito a atividade e a forma como escolhemos para nos movimentar. Da atual paixão, pedalar muito, voltarei para mais uns pós de escrita :).

domingo, 15 de junho de 2014

De regresso

é o tempo do regresso :).
precisamente dois anos depois do último post no dia 17 de junho de 2012, após uma corrida da marginal à noite. tudo muda, nada perece.

porque os regressos devem ser feitos com calma e porque há muito que ir contando, tenho que organizar as ideias para recomeçar.
cá estarei, tentarei de novo dar ânimo a este espaço de que tanto gosto.
é aqui que quero continuar o caminho.

andei por outras redes sociais, acho piada, mas a páginas tantas não as sentimos como estes bébes que foram crescendo, tiveram que tirar sabáticas mas que perduram no coração.

para já informo os meus amigos da blogosfera que o Tartaruga mudou de vida no que diz respeito ao movimento. as corridas tiveram que acabar. mantiveram-se as caminhadas, alguma (pouca) natação e nasceu em força a pedalada na bicicleta.

é verdade, tartarugando, descobri o prazer da estrada, das longas saídas; já pedalei por duas vezes 200k seguidos, estou a preparar uma saída de 300 k seguidos, em julho, enfim, mais do que motivos para voltar a este espaço :).

até já. e obrigado a todos os que continuaram e mantiveram os seus blogues.
sendo algo mais pessoal para cada um de nós, permitem o fascínio de regressar sempre a casa, sem pressas, sem pressões, sem o espírito voyeur e auto-voyeur que hoje em dia assolam o mundo e outros mundos.

antónio