quinta-feira, 29 de julho de 2010

40m no paraíso



para além da forte motivação "canoísta" neste período estival, ontem voltei às corridas.
quem sabe, os 40m na marginal de cabanas de tavira talvez tenham marcado o início de época.
depois de algumas semanas de repouso activo, vou tentar voltar com mais regularidade aos 3 treinos semanais.

o de ontem teve um aliciante: foi corrido no novo "madeirão" da marginal de cabanas de tavira. uma obra que devolveu cabanas ao mapa e que transformou a outrora escura e desagradável marginal, num espaço bonito, agradável e que trouxe de volta os magotes de gente a todas as horas do dia, para junto da ria.


o comércio ganha, os veraneantes agradecem.
cruzei-me com várias pessoas, quer a marchar, logo pelas 7h30m, quer a correr devagarinho, com eu.

após o duche de água fresca ao ar livre, rejuvenescedor, a manhã de praia com a família teve outro sabor.
abraço
até breve
ab - tartaruga

domingo, 25 de julho de 2010

A massa de que os Homens são feitos

em 2008 no nosso 1º fim de semana de férias fui acompanhar os quilómetros finais de uma estreia chamada “Portugal na Vertical”.





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o meu Amigo pedro alves decidiu há 2 anos realizar o trajecto viana do Castelo - sagres, non stop, mais de 600 quilómetros, na módica quantia de 26h e mais uns minutos, acompanhado de uma dedicada tripulação de apoio.
no final em sagres, após constatar, no cortejo dos últimos quilómetros, a dimensão do feito, lá metemos uma torrada no bucho :), facto que marcou uma espécie de ritual.

no ano de 2009 voltei a repetir este passeio, acompanhando o pedro e no 1º domingo de férias lá estive com a tripulação, a acompanhar os últimos quilómetros entre as eólicas de vila do bispo e sagres, e mais uma vez, festejando a conquista, concluída também na casa das 26 horas e uns minutos.

este ano o plano era o mesmo, com uma variante: o pedro e o seu amigo e companheiro de aventura, simões, fariam 600 quilómetros para cumprir um brevet devidamente acreditado pelo Audax Club de Paris (ACP), tendo em vista acumular a qualificação para o Paris-Brest-Paris de 2011.
o trajecto teria que ser feito em autonomia, ie, sem carro de apoio fornecido por patrocinadores.
fomos contactando e hoje a meio da tarde, a jornada seguia dura, com 46 graus de temperatura algures no alentejo. o pedro e o simões passaram por algumas dificuldades.

como qualquer bom plano serve para ser modificado, o de hoje assim o foi.
face ao contexto e às necessidades do guerreiros, bem como à distância de cabanas de tavira a vila do bispo, e ainda, à hora tardia a que chegariam a sagres, decidimos que eu não iria festejar com torrada, hoje. chegará o dia dos festejos conjuntos e acredito que terá uma torrada.

entretanto, e como os festejos são independentes das torradas e da presença física, deixo uma palavra de verdadeira admiração ao pedro e ao simões. é que nos momentos mais críticos a massa de que os Homens são feitos vem sempre ao de cima.
e o simões, à terceira foi de vez, conseguiu concretizar o objectivo, numa demonstração a dois do verdadeiro espírito de equipa e de como resultam a partilha e a operacionalização de objectivos em conjunto.

parabéns aos dois. Paris-brest-paris está mais próxima.
mas e mais importante, com a jornada de hoje, capitalizaram mais uma mão cheia de quilómetros de aprendizagem, daquele tipo que primeiro se estranha e depois se entranha!

onde é que já ouvi isto pedro alves?

finalmente um grande beijo para a tripulação, que hoje um pouco mais à distância, lá esteve sempre a acompanhar.

forte abraço, muita admiração
AB - tartaruga

p.s. - para ser solidário, embora com uma temperatura mais amena e água por perto, ontem e hoje já andei a dar pagaiadas no kayak aqui pela localização das férias, na ria. excelente! excelente!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Simples


com tanta desgraça à volta, a única solução é tentar simplificar ...
é tão bom ter saúde e viver!
sobretudo, intensamente.

ab

segunda-feira, 19 de julho de 2010

E se eu vos disser ...

que este edifício vai ser uma igreja aqui em miraflores???
creio ter aprendido que de arquitectura percebo pouco.
mas que como tudo o que é obra Humana, é sempre alvo de opinião alheia.
e que no que toca ao efeito ambiental e à função de um edifício, opinamos sempre ou quase sempre.

não gosto!!! pelo menos para uma igreja. ou pelo menos nesta fase, pois também devo ser justo e não me precipitar até ver o resultado final.
mas se o resultado final for como os cartazes que rodeiama obra ... bom, é fazerem uma visitinha para apreciar :)

talvez para uma homenagem aos heróis que foram já ao "espaço" e aos vários "espaços", talvez aí, ...


mas como em tudo, gostos são gostos!

abraço
ab - tartaruga

domingo, 18 de julho de 2010

Repouso Activo

nas últimas semanas, entre “marcor” e corrida apenas, o sábado e o domingo tem sido dias sempre certos para este repouso activo.
têm sido 2 a 3sessões por semana, com a mais longa entre 1h15m e 1h30m. ontem e hoje lá segui novamente. ontem pela mata do jamor para aproveitar as sombras. 1h de sobe e desce. hoje entre miraflores, algés-mar, cruz quebrada, jamor e linda-a-velha, 1h15m. e os pormenores, sempre novos para quem tem andado por outros locais. nomeadamente em algés-mar e cruz quebrada.

com o calor a apertar o pessoal quer é praia. e se há uns anos a poluição e etc. e tal, afastavam as pessoas desta água do tejo, hoje surpreendi-me: quer em algés, quer na cruz quebrada, pelas 9h da manhã, já as praias estavam com muitos banhistas.
e as vozes de quem conhece a zona, à medida que eu ia passando, falavam umas com as outras, referindo que pelo meio dia estariam apinhadas.
pois é, crise, calor e talvez … acredito, uma menor poluição no tejo, nesta zona, fazem com que o mergulho seja imune aos possíveis micro-organismos. afinal de contas, sempre fomos um povo com tradição marítima e a água corre-nos no sangue. o repouso activo aqui por estas bandas continua em grande forma, devagarinho lá segue, sempre a bombar.


ah! e no jamor, é delicioso ver a quantidade de gente que ali caminha, corre, anda de bicicleta, faz o circuito ao ar livre, leva as crianças ao parque infantil e para os relvados, um colorido bonito e que mostra a obra no complexo do jamor a ser utilizada por quem dela deve efectivamente usufruir.









planos: para já, para quê? está-se tão bem assim :))) venham as férias, passem as férias, venham novidades ou não, a Rita quase a chegar, e aí sim, depois, de tudo talvez surjam planos. mas não deixo de piscar o olho aos trilhos de monsanto, no final de agosto creio.
até breve bom exercício.
ab - tartaruga

domingo, 11 de julho de 2010

Vamos lá Espanha!!!

fonte



torço pela ESPANHA sim senhor!!!

não sei se o vaticínio do visionário polvo estará certo ...
mas torço pela espanha por questões emocionais e racionais.


nas emocionais encontro talvez a proximidade mediterrânica e uma certa simpatia pelos espanhóis - gosto deles, pronto, assumo!


nas racionais:
futebol, basquetebol, ténis, atletismo, andebol, natação, canoagem, etc., etc., etc. ...


desde há 30 anos o desporto foi elevado a designio estratégico ali pelas bandas dos "nuestros hermanos". atenção: escrevi desporto e não futebol!

e como sou um fãn do planeamento, da estratégia, dos resultados pensados a longo prazo


e não,


fruto do acaso ou da sorte, ou das individualidades,


e como acredito no do trabalho em equipa, na "máquina oleada" a funcionar com adaptabilidade às mudanças em todos os envolvimentos,


voto na espanha!


e ficarei feliz se forem campeões do mundo.

porque trabalharam arduamente e mostraram, como mostram em inúmeras áreas, uma consistência que resulta de algo pensado, planeado, algo susceptível a fracassos (veja-se que aindano euro 2004, falando de futebol, eliminámos a espanha nos quartos de final) mas que não se esgota no fracasso, antes perdura para além dele, com lições aprendidas e com vontade de fazer melhor.


força espanha e obrigado pelo exemplo múltiplo, em tantas áreas, da vontade em melhorar e em ter mais qualidade.

o resto - por exemplo, os resultados a nível desportivo - vem sempre por acréscimo.


abraço
ab

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Marcor (ou marcha-corrida)

marcor é um excelente conceito.
sobretudo nos dias que correm, ou que "andam", soa melhor :)
com tanto calor, e tantos perigos para a saúde, marchar e correr alternadamente tem-me feito as delícias.
em 1º lugar vamos avançando na duração da sessão de forma gradual e sempre com objectivos intermédios: terminar o quinhão de marcha ou de corrida e passar ao seguinte.
em 2º lugar, cansa muito menos - no fds realizei 2 sessões, uma de 50m no sábado, outra de 1h10m no domingo, a horas pouco decentes (10h e 11h), com mais de 35 graus, e a coisa até se fez com calma. as pernas agradeceram, pois nem se ressentiram. cansamo-nos muito menos e desfrutamos do mesmo tempo de exercício.
em 3º lugar podemos brincar com a relação entre marchar e correr, como nos apetecer: ou 3+3, ou 2+4, ou 3+4, ou, ou, ou, ... é consoante a disposição e as condições envolventes. uma espécie de fartlek, com menos intensidade.
em 4º lugar ... não me lembro, mas vou pensar durante a próxima sessão de marcor.
e claro está, em 5º lugar, vamos preparando o corpo e a cabeça para as estratégias das corridas de trilhos e montanha, que envolvem sempre, no meu caso pelo menos, marcha e corrida.
ou como me explicou o guru moutinho em almourol, o segredo das grandes provas de montanha para atletas medianos está na marcha e não na corrida.
saúdinha da boa, boas corridas ou caminhadas ou repouso com ingestão de muitos líquidos ... sobretudo cuidado porque está calor a sério.
abraço
ab - tartaruga

domingo, 4 de julho de 2010

O medo, o “reflexo”, a montanha e o impacto na vida de todos

leio um livro interessante sobre o medo, a mudança e as organizações nos tempos modernos:



medozero de pilar jericó.

as raízes do medo e do stresse, as várias formas de medo, pessoal e “organizacional”, a “insustentável” mudança, tão necessária e ameaçadora em simultâneo, a rapidez com que tudo muda e a nossa limitada capacidade de gestão de todas as mudanças que nos rodeiam e envolve. e o sentir, antes do saber e do decidir, o triunfo dos “actos reflexos”, do “instinto” e das algemas das raízes límbicas, que nos deixam reféns dos sentimentos (leituras de referência em damásio, goleman, luís lourenço, o amigo de josé mourinho no seu último livro bastante interessante –

mourinho: descoberta guiada”, …).

as estratégias para dar a volta aos medos, em 1º lugar os individuais, a seguir os organizacionais. logo de seguida, caminho aberto para a inovação e para a consequente mudança. reequacionar tudo, sempre, reinventar; afinal, o medo como alavanca e não como barreira ou prisão. ou como escreveu andy groove o lendário presidente da intel, “só os paranóicos sobrevivem”.


ou noutra perspectiva, as zebras que não sentem stresse porque não antecipam, dado que apenas sentem medo na presença do predador – temos que aprender algo com as zebras, e não antecipar cenários que podem não acontecer!
finalmente, o gigante adormecido que acorda – a china – 1 em cada 5 pessoas no mundo é chinesa, pressupondo eu que esse rácio aumenta se falarmos de população activa trabalhadora; e com as características que todos conhecemos de capacidade e velocidade de trabalho, mão de obra gerida pelo “medo”, baixa qualificação, economia de escravidão e sobrevivência; e os impactos na economia global e na vida de todos os profissionais que vêem o seu dia-a-dia ameaçado devido à concorrência “inovadora” – já não consigo escrever desleal, porque as regras do jogo mudaram de facto e cada vez há menos regras, pelo menos nos padrões habituais.

e à margem do livro mas relacionado com o tema (em meu entender), a derrota do gana perante o uruguai, com um penalti falhado no último minuto do prolongamento. e o comentário do comentador – mais um que é mais comentarista do que outra coisa! – que referia a deslealdade e a injustiça de um golo que daria o apuramento ao gana e que foi evitado por um jogador uruguaio, luís suarez, com a mão, sobre a linha de golo,

de forma ilegal e anti-desportiva.

talvez fosse importante tentar perceber que naquele momento, aquele jogador fez o que qualquer um de nós provavelmente faria, “instintivamente” meteu as mãos à bola, primeiro porque a sua equipa, ele próprio, estavam ameaçados, aquele golo ditaria a derrota e o regresso a casa; segundo porque a bola vinha na direcção da cara e naturalmente – quanto a mim - meteu as mãos à bola, num “acto reflexo”. afinal, tal como nas maravilhosas repetições que podemos observar na televisão, em que conseguimos ver um bailado fascinante em câmara lenta, os corpos dos jogadores em perfeito sincronismo, e … os olhos sempre fechados de cada vez que cabeceiam a bola, pois é um “acto reflexo”; quando um objecto nos atinge ou nós atingimos o objecto existe essa reacção reflexa de defesa e preservação – tal como colocar as mãos à frente da cara, ou afastar o objecto – bola – quando vai entrar na baliza e ameaça a “minha integridade”.
depois, a estrela ganesa que falha esse penalti, e o desfecho no desempate por penalties, favorável ao uruguai – curiosamente com a mesma estrela ganesa a chegar-se à frente e a assumir a marcação do 1º penalti do gana, no desempate, e com sucesso, num gesto e comportamento exemplares de coragem, determinação e gestão do “medo”.
duas facetas do medo, duas formas de enfrentar o medo, duas formas tão humanas de tentar ultrapassar as barreiras que nos aprisionam em cada nova situação.

talvez a noção mais importante seja a de que é necessário conhecermo-nos muito bem, aos nossos medos, para melhorarmos as nossas respostas às situações que nos angustiam, que nos geram medo. poderemos, quem sabe, minimizar o impacto nefasto na nossa, e nas vidas dos que nos rodeiam.

para concluir, e que tal experimentar uma corrida de montanha, uma situação nova para quem nunca experimentou, ou colocar novos desafios e fasquias a quem já por lá anda, enfim, desafiar a zona de conforto e ultrapassar mais uma nova situação? o transfer para o dia-a-dia pode não ser fácil ou imediato, mas a aprendizagem será certamente possível e talvez mais duradoura do que se pensa.

é que quando existe medo, a memória física tem um papel importante. e se tivermos experiências físicas em que ultrapassámos o medo, recriamos essa positividade e esses momentos de conquista.

abraço
ab - tartaruga