domingo, 30 de outubro de 2011

1 hora extra

mudança de hora, treino hoje de manhã pelas 7h, 8 de ontem, 1 dia com 1 hora extra.
o tempo estava fresco mas muito agradável, o sol dava alento, as folhas no seu amarelo torrado esverdeado mostravam o porquê da beleza da vida.


saído de casa sem trajecto definido decidi-me pelo percurso linda-a-velha, estádio, regresso.
a pequena subida inicial sem grande custo permitiu aquecer e chegar à carreira de tiro em passo brando mas confortável. pouca gente nas ruas, poucos carros ainda, um início de manhã tranquilo e muito reconfortante.


no complexo do jamor a passagem pela pista da canoagem, onde ao lado o jamor corre novamente, depois das primeiras chuvas e da seca forçada.
alguns seniores faziam já elíptica nas redondezas, cheios do fulgor de quem sabe melhor do que ninguém que “parar é morrer”.

cruzei-me com 2 ou 3 atletas também em passo muito lento.
aos 25 minutos decidi regressar, as pernas e sobretudo o joelho esquerdo já acusavam um pouco o esforço (3 corridas em uma semana ao fim de 1 ano pesam nas dobradiças).

lentamente fiz-me à subida da carreira do tiro.
pesavam toneladas as pernas e custou alguma dor(zita) chegar cá acima ao solplay.
ofegante, consegui nunca parar de correr e após a reentrada na zona antiga de linda-a-velha, senti-me novamente bem e o prazer para a parte final do treino suplantou o cansaço.
terminei em excelente estilo (presunção e água benta …:)), muito solto à porta de casa.

excelente treino “longo” 1 semana após o regresso.

após o duche 1 hora de deleite com a rita e com o andré, pois o meu companheiro rodrigo não correu como há 8 dias, fruto de uma noitada com gente do desporto – não estou preparado para noitadas aos 13 anos, mas estamos sempre a aprender.

não consegui fazer o treino de sábado como desejava, mas para o regresso estamos falados, para a semana há mais – objectivo: pelo menos 3 treinos.

até breve e bom exercício.
antónio

sábado, 29 de outubro de 2011

Crise?

a distância permite, talvez, ver as coisas sempre noutra perspectiva.
um ano de paragem, uma recente ida à decathlon e a perplexidade:

- uns ténis asics gel kayano custam 170 euros?

vivemos afinal em que país?
naquele onde só podemos consumir em época de saldos, possivelmente.
e mesmo assim, com vários algoritmos de apoio à tomada de decisão pelo meio.

não admira que os índices de consumo estejam a cair todos os dias.
e que qualquer dia corramos todos descalços, como o lendário Bikila. a bem do prazer de correr.

previsão para o fim de semana: 2 treinos. vamos ver se dá!

abraço,
antónio

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os elementos

a chuva e o vento fortes penderam forte, sobre mim, hoje pelas 6 e meia da manhã.
para não me esquecer de que isto das corridas não é para meninos.
aventurei-me a essa hora para começar bem o dia. aqui pela zona, fui seguindo até ao alto de algés, onde ainda não se avistava o tejo, apenas luzes numa e noutra margem.
a subida dos bombeiros até à zona do solplay devolveu-me aquele sofrimento que nos impele a prosseguir, como em todos os desafios em que somos mais teimosos do que os obstáculos. cansado lá em cima, retornei a casa, pelo meio de linda-a-velha, ainda sem muitos carros a circular a essa hora.
ia-me cruzando com algumas pessoas, possivelmente a caminho do trabalho, e pensando no felizardo que sou, poder dispor deste tempo para correr, em vez de ter que sair mais cedo para pegar ao trabalho, muitas vezes até fora da zona de lisboa.

o treino terminou com 45 minutos, respeitando os 10% de incremento face ao 1º de domingo. custou um pouco mais hoje, com mais subidas, a uma hora mais madrugadora com as pernas a ressentirem-se ligeiramente. mas a boa sensação de ter terminado e seguido para o duche retemperador, inclusive com água fria nas pernocas é algo intemporal.

2 treinos and counting!!!

abraço
até breve
antónio

domingo, 23 de outubro de 2011

Regresso à corrida

escolhi são pedro do estoril. escolhi as 8am. escolhi correr 40 minutos porque é uma duração já razoável para um primeiro treino e dava garantias de poder ver sem muita dor, logo de seguida, a final do mundial de rugby entre a nova zelândia e a frança em casa dos papás, porque não tenho sport tv.
escolhi o dia de hoje porque tinha que ser.
escolhi as raízes para o que tinha que ser.

tive a companhia do rodrigo. fantástico. quase 14 anos e já tão crescido; uma companhia plena na corrida.
já não corria verdadeiramente há mais de 1 ano. o polar assinalava um registo de 11-02-2011, de 54 minutos, sem mais. uma caminhada talvez e a partir daí deixei inclusive de levar o relógio.

hoje emocionei-me ao tirar a camisola, os calções e as meias da gaveta. a sério! que bom regressar.
e teve que ser hoje, obriguei-me, porque há sempre desculpas, mas hoje não! estava precisado. foi um ano intenso, sem correr, o nascimento da rita, os primeiros 6 meses de reestruturação das rotinas, a mudança de trabalho em dezembro, a doença prolongada do meu sogro desde março, o seu falecimento há 3 semanas, a nova reestruturação da estrutura familiar (um agregado familiar de 6 pessoas ??? quem diria? eu não, há uns tempos, mas cá vamos nós …) …

saímos da casa paterna e fomos junto ao mar até são joão do estoril. o mar rebelde, a pedra do sal imponente, o ar puro do mar e da manhã a revigorar a mente.
o cardio estava bem, íamos conversando amenamente, apenas sentia as articulações nas pernas e nas virilhas, uma espécie de queixa de desenferrujamento, pois há muito que não estavam habituados a tais façanhas.

em são joão decidi entrar para a parte “terra” e mostrar ao rodrigo o liceu onde fiz do 7º ao 12º ano, a praceta, as papelarias bonanza e ricco, o quiosque dos croissants com creme branco, as torres do mar antes tão altas, a escola primária da 2ª à 4ª classe, a 1ª praceta onde habitámos até aos meus 11 anos, onde ainda tenho os meus melhores amigos e família.
descemos para são pedro do estoril, pelas ruas/estradas desertas aquela hora, as vivendas imponentes, cheias de história, desde o antigo regime, ao pós 25 de abril com vários saques, permanecendo belas e sossegadas, como as árvores seculares.
mais outra escola primária, desta feita aquela onde fiz a 1ª classe, uma daquelas de arquitectura do antigo regime, agora a ser restaurada.
a 5 minutos do final do treino, na estação de são pedro, várias camisolas brancas preparavam-se para apanhar o comboio rumo à corrida do tejo. hoje nem senti vontade, apesar dos protestos juvenis, de quem queria ter participado.
hoje, a manhã era de regresso, com tudo o que os regressos têm de mágico e de promissor.

fechámos o treino à porta de casa ds meus pais, a final do rugby a começar, o dia a aquecer ligeiramente, os comboios a transportar corredores. sentia ligeiramente as pernas, nada de especial. sentia sobretudo a magia de ter voltado a correr. como quem, em pequenino, sente aquela liberdade de andar na rua, sem ninguém a controlar, e sabe que a estrada é infinita.

abraço, até breve
antónio

ps – a final do mundial de rugby foi um tempo bem entregue, vibrado em conjunto com os meus filhos rapazes e com os meus pais. a rita e a mãe brincavam a outros jogos a essa hora em casa, o rugby ainda não é para princesas de 1 ano, em meu entender :).