domingo, 4 de julho de 2010

O medo, o “reflexo”, a montanha e o impacto na vida de todos

leio um livro interessante sobre o medo, a mudança e as organizações nos tempos modernos:



medozero de pilar jericó.

as raízes do medo e do stresse, as várias formas de medo, pessoal e “organizacional”, a “insustentável” mudança, tão necessária e ameaçadora em simultâneo, a rapidez com que tudo muda e a nossa limitada capacidade de gestão de todas as mudanças que nos rodeiam e envolve. e o sentir, antes do saber e do decidir, o triunfo dos “actos reflexos”, do “instinto” e das algemas das raízes límbicas, que nos deixam reféns dos sentimentos (leituras de referência em damásio, goleman, luís lourenço, o amigo de josé mourinho no seu último livro bastante interessante –

mourinho: descoberta guiada”, …).

as estratégias para dar a volta aos medos, em 1º lugar os individuais, a seguir os organizacionais. logo de seguida, caminho aberto para a inovação e para a consequente mudança. reequacionar tudo, sempre, reinventar; afinal, o medo como alavanca e não como barreira ou prisão. ou como escreveu andy groove o lendário presidente da intel, “só os paranóicos sobrevivem”.


ou noutra perspectiva, as zebras que não sentem stresse porque não antecipam, dado que apenas sentem medo na presença do predador – temos que aprender algo com as zebras, e não antecipar cenários que podem não acontecer!
finalmente, o gigante adormecido que acorda – a china – 1 em cada 5 pessoas no mundo é chinesa, pressupondo eu que esse rácio aumenta se falarmos de população activa trabalhadora; e com as características que todos conhecemos de capacidade e velocidade de trabalho, mão de obra gerida pelo “medo”, baixa qualificação, economia de escravidão e sobrevivência; e os impactos na economia global e na vida de todos os profissionais que vêem o seu dia-a-dia ameaçado devido à concorrência “inovadora” – já não consigo escrever desleal, porque as regras do jogo mudaram de facto e cada vez há menos regras, pelo menos nos padrões habituais.

e à margem do livro mas relacionado com o tema (em meu entender), a derrota do gana perante o uruguai, com um penalti falhado no último minuto do prolongamento. e o comentário do comentador – mais um que é mais comentarista do que outra coisa! – que referia a deslealdade e a injustiça de um golo que daria o apuramento ao gana e que foi evitado por um jogador uruguaio, luís suarez, com a mão, sobre a linha de golo,

de forma ilegal e anti-desportiva.

talvez fosse importante tentar perceber que naquele momento, aquele jogador fez o que qualquer um de nós provavelmente faria, “instintivamente” meteu as mãos à bola, primeiro porque a sua equipa, ele próprio, estavam ameaçados, aquele golo ditaria a derrota e o regresso a casa; segundo porque a bola vinha na direcção da cara e naturalmente – quanto a mim - meteu as mãos à bola, num “acto reflexo”. afinal, tal como nas maravilhosas repetições que podemos observar na televisão, em que conseguimos ver um bailado fascinante em câmara lenta, os corpos dos jogadores em perfeito sincronismo, e … os olhos sempre fechados de cada vez que cabeceiam a bola, pois é um “acto reflexo”; quando um objecto nos atinge ou nós atingimos o objecto existe essa reacção reflexa de defesa e preservação – tal como colocar as mãos à frente da cara, ou afastar o objecto – bola – quando vai entrar na baliza e ameaça a “minha integridade”.
depois, a estrela ganesa que falha esse penalti, e o desfecho no desempate por penalties, favorável ao uruguai – curiosamente com a mesma estrela ganesa a chegar-se à frente e a assumir a marcação do 1º penalti do gana, no desempate, e com sucesso, num gesto e comportamento exemplares de coragem, determinação e gestão do “medo”.
duas facetas do medo, duas formas de enfrentar o medo, duas formas tão humanas de tentar ultrapassar as barreiras que nos aprisionam em cada nova situação.

talvez a noção mais importante seja a de que é necessário conhecermo-nos muito bem, aos nossos medos, para melhorarmos as nossas respostas às situações que nos angustiam, que nos geram medo. poderemos, quem sabe, minimizar o impacto nefasto na nossa, e nas vidas dos que nos rodeiam.

para concluir, e que tal experimentar uma corrida de montanha, uma situação nova para quem nunca experimentou, ou colocar novos desafios e fasquias a quem já por lá anda, enfim, desafiar a zona de conforto e ultrapassar mais uma nova situação? o transfer para o dia-a-dia pode não ser fácil ou imediato, mas a aprendizagem será certamente possível e talvez mais duradoura do que se pensa.

é que quando existe medo, a memória física tem um papel importante. e se tivermos experiências físicas em que ultrapassámos o medo, recriamos essa positividade e esses momentos de conquista.

abraço
ab - tartaruga

2 comentários:

Anónimo disse...

I consider, that you are not right. Let's discuss. Write to me in PM.

Anónimo disse...

In it something is. I agree with you, thanks for the help in this question. As always all ingenious is simple.