quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

4 (ou o abuso de menores pelos agentes desportivos)



o tema é delicado e pesado, mas aqui vai.
ao pesquisar informação sobre a chrissie wellington fiquei a saber que o seu treinador havia sido condenado há uns anos por abuso de menores.

o que me interessa é trazer o tema a debate e não, escrever sobre uma situação em particular que não conheço, nem estou devidamente credenciado para explorar.

e também descobri que o tema não só não é novo, como está perfeitamente na agenda e actualidade.
com efeito, nunca sabemos! por mais que acreditemos ... nunca teremos verdadeiramente a certeza de onde vêm e como são todo o conjunto de agentes desportivos que rodeia os nossos filhos, como pensam e o que lhes vai na alma.

os clubes desportivos, em qualquer modalidade, são um agrupamento social que apesar de formalmente estruturado, é entendido de uma forma mais ligeira do que, por exemplo, a escola. mais ligeira porque todos nós, enquanto pais, associamos clube a espaço e período de tempo de lazer, de saudável prática, de pessoas saudáveis, enfim, a um contexto são e onde impera a educação e a sanidade.

por vezes não é o caso. afrouxamos as guardas, talvez, e contamos com que nada de mal aconteça.

todavia, mais ainda do que na escola, ou em outras situações mais formais, a prática das modalidades desportivas junta, inquivocamente mente e corpo.

e para mentes depravadas, doentias e assassinadas, o corpo das crianças, a sua ingenuidade, o respeito que têm aos adultos e a crença de que os mais velhos são pessoas de bem e dão o exemplo, condicionam a relação entre os jovens atletas e os restantes actores desportivos.

estão muito mais susceptíveis e expostas.

eu enquanto pai, já deixei os meu filhos ir aos estágios "sózinhos", viajarem, conviverem com todos os actores desportivos dos respectivos clubes.

e é claro, continuarei a deixar. temos que redobrar a atenção mas não podemos castrar o desenvolvimento sob a capa do medo. nunca nos leva a lado nenhum. atrofia.

sem entrar em pânicos e suspeições infundados, estéreis e letais, é todavia essencial que consigamos ter uma vigília mais activa, relativamente a todos os que rodeiam as nossas crianças e às suas reacções e comportamentos. é que cada vez mais, menos sabemos sobre o que vai lá dentro das cabeças dos que nos rodeiam.
a caixa negra é mesmo negra e de vez em quando chegam as surpresas. e geralmente andam próximas. há que não adormecer.

mas tamtém temos que insistir em passar o lado bom da vida, a crença - com as devidas balizas - na bondade das pessoas.
é um valor que temos o dever de cultivar.
estando atentos e não privando as nossas crianças desta dádiva que são o desporto e o exercício enquanto motores do desenvolvimento de cada criança e para uma sociedade mais equilibrada.

abraço
ab

1 comentário:

César disse...

Bom post! Nunca me tinha passado tal coisa pela cabeça, talvez por ter os meus pequenos ainda debaixo da asa... Concordo com o que dizes. Estar atento mas sem ceder ao medo e terror que esta sociedade nos vai impondo.
Abraço,