domingo, 6 de julho de 2014

Plano traçado

estou quase a completar 6.000 km de pedalada, desde o dia 5 de agosto de 2013.
devagarinho, tartarugando, lá se vão acumulando passeios e fortalecendo os gémeos.

duas vezes 200 quilómetros, uma dúzia de vezes com 100km, deixaram-me o bicho dos desafios longos.

o próximo é este:

300 km Algés - Algarve





Hora saida km Total km
alges 05:45:00 0
Terreiro Paço 06:30:00 12 12
cacilhas 07:00:00 12
setubal 09:30:00 39,7 51,7
troia 10:30:00 39,7
canal caveira 14:00:00 56,1 107,8
beja 17:30:00 61,2 169
mértola 20:15:00 52,5 221,5
vila real santo antonio 00:30:00 66,4 287,9
"a banhos" 02:00:00 18,1 306

o plano está traçado!
haja pernas e sobretudo diversão!
:)

sábado, 5 de julho de 2014

A primeira ... sempre a primeira vez

hoje foi dia de subidas, duras subidas, um excelente treino.
a zona escolhida foi barcarena.
saí de casa por carnaxide pelas 7:00am, direito a valejas e o primeiro desafio foi a rampa de valejas para queluz de baixo.
já a fiz várias vezes, vai ficando mais habitual e fácil, mas ainda assim tira o fôlego. é sempre uma primeira vez mais conhecida e familiar.
a partir daí entre queluz, fábrica da pólvora e barcarena, andei às voltas à espera do nl.
uma primeira abordagem enquanto esperava foi subir barcarena para vila fria.
também nada de novo e com uma estratégia já feita de experiência, custou um pouco menos do que das outras vezes.
passado um pouco e já com companhia, mas uma, desta feita, barcarena-queluz de baixo.
uma primeira vez, dura, desafiante, que deu para a conhecer, com prazer e algum sofrimento.
nova ronda pela fábrica da pólvora e novamente a subida de barcarena para vila fria.
com uma mudança de ritmo, um pouco mais suave, ainda se tornou um pouco mais fácil do que antes.
a partir daí seguimos para oeiras, paço d'arcos e marginal para perto do mar, o regresso a casa junto ao elemento primeiro, sempre o regresso, sempre a água.
era dia de muitas andanças com a rapaziada e com a Rita.

de cada vez que subimos a pique ou escolhemos um trajeto novo, pela primeira vez, subsiste sempre esse gosto pelo desconhecido, pela descoberta.
de regresso, é sempre como se fosse uma primeira vez, pois toda a experiência anterior permite vivenciar de forma diferente cada nova passagem por sítios antes percorridos.
mais fácil ou não, não importa, a experiência seguinte é sempre acumuladora de mais prazer e de outras, novas, vistas.

depois ... outra primeira vez, pela terceira vez!
foi dia da Rita ter a sua primeira bicicleta com rodas.
admirável mundo novo, tal como com o Rodrigo e André, é uma felicidade ver o brilho nos olhos, o apego ao novo brinquedo, o êxtase com este novo mundo, com a possibilidade de ser livre e não depender de uma cadeira que o pai carrega na sua bicicleta.
hoje foi dia de descoberta, para mim e para a Rita. por motivos diferentes. mas certamente com a mesma alegria da meninice de quem desfruta da liberdade do movimento, da aventura e de todas as possibilidades.

domingo, 22 de junho de 2014

Paixão pelo movimento

É isso.
O motivo do relato é a PAIXÃO, não por uma ou outra atividade, mas por todas, pelo desafio, pela descoberta, pela mudança, pelo movimento. Pelo autoconhecimento, pela busca da essência, talvez.

Não é exclusivamente uma paixão pela natação, a primeira grande paixão, que durou da infância até à idade adulta, praticada a um nível mais a sério e competitivo.

Não é, apenas, pelo basquetebol, pelo voleibol, pelo futebol, pelo ténis, pelo ténis de mesa, pelo andebol, pelo skateboard, pela carreirinha em pranchas de esferovite, mais tarde designada de bodyboard, pelo surf, pelo badminton, pela corrida na provas do liceu, pelo kayak mais recentemente (e que durou tão pouco, …, pois corpo velho, com hérnias, não pode aprender certas línguas)…, praticados por gozo até o corpo deixar de ter centro de gravidade adequado e peso e tonicidade  de jovem ou de jovem atleta, para permitir praticar a maioria desta atividades sem lesões.

Não é somente a paixão fulminante pela corrida, mais tardia, que chegou e bateu bem forte, a ponto de apenas ter deixado de correr por motivos de saúde que começaram a condicionar o meu bem-estar e o apoio que devia dar à rapaziada cá de casa. Ou pela caminhada que me servia para atenuar a dor na alma quando tinha paragens forçadas por lesão.

Não é, também, uma paixão particular e ainda mais tardia pelas atuais pedaladas e por montar uma bicicleta e pedalar muito, para longe, nascida como consequência das mazelas da idade; pedalar em vários níveis e desníveis, por vezes com as mais adversas condições atmosféricas.

O movimento, qualquer forma de movimento, devidamente organizado, é então o que esta paixão tem de essencial, desde tenra idade, para desfrutar plenamente do caminho.

Em qualquer das atividades que referi existe um traço que tornei comum: praticá-las significava gastar tempo, tentar evoluir, conhecer o patamar seguinte, aprimorar a técnica, estudar como poderia melhorar, melhorar, melhorar sempre, a técnica e o gozo por praticá-las. Independentemente de qual fosse, qualquer uma, foi sempre uma necessidade manter a prática, manter-me em movimento.

No caso da corrida e da bicicleta significou levar o corpo, e sobretudo a mente, a desafiar limites que julgava tão inalcançáveis quanto distantes. Significou arranjar a força e a disciplina, a perseverança, para terminar qualquer corrida nunca antes corrida, ou pedalar para muito longe, bem longe do que havia alguma vez acreditado. E sempre que terminava (que termino) cada um dos desafios resultante das novas formas de movimento, apesar das dores, do cansaço, da desilusão em alguns casos, de descrença noutros, estava, estou sempre e de novo a sentir a semente da vez seguinte, do desafio seguinte, do obstáculo seguinte.

Não interessa tanto, agora o percebo, o meio que escolho, o instrumento, para iniciar o movimento e renovar os novos movimentos que me vão surgindo na vida, na nova vida que cada um de nos descobre e redescobre, e renova, após cada desafio e cada escolha.

Parar é morrer, diz-se. Acredito piamente nisso. Cresci na praceta, no meio dos joelhos esfolados com erva, das mãos rasgadas com feridas e das normais nódoas negras nas canelas, no meio da vertigem e da adrenalina, do medo tão apetecível proporcionado por tantas forma de movimento, desafiadoras sempre e sempre das zonas de conforto. E é por isso que, seja de que forma for, é importante nunca parar com o movimento.

E as paixões, todas elas, dão lugar a novas paixões, a novos lugares, a novas pessoas, a novas descobertas. A novos caminhos, no encontro com a essência. O movimento, cada uma das atividades que escolhemos, permitem não parar. A atual é a bicicleta; pedalar para longe, o mais longe possível, gradualmente, desafiando a mente e conhecendo melhor o corpo e as reações, os limites, os riscos; possibilita-me a redescoberta, ter mais consciência de quem sou, de como sou e, sobretudo, de quem me quero tornar.

Sempre que pedalo estou mais perto … do desafio seguinte. Como quando corria, sempre que treinava ou que fazia uma maratona ou uma prova nos trilhos. Mais perto de crescer. Mais perto da derrota, da luta comigo mesmo, da vitória. Da essência.

Afinal, seremos sempre a forma como nos movimentamos, individualmente ou na relação com os outros. Sem importar muito a atividade e a forma como escolhemos para nos movimentar. Da atual paixão, pedalar muito, voltarei para mais uns pós de escrita :).

domingo, 15 de junho de 2014

De regresso

é o tempo do regresso :).
precisamente dois anos depois do último post no dia 17 de junho de 2012, após uma corrida da marginal à noite. tudo muda, nada perece.

porque os regressos devem ser feitos com calma e porque há muito que ir contando, tenho que organizar as ideias para recomeçar.
cá estarei, tentarei de novo dar ânimo a este espaço de que tanto gosto.
é aqui que quero continuar o caminho.

andei por outras redes sociais, acho piada, mas a páginas tantas não as sentimos como estes bébes que foram crescendo, tiveram que tirar sabáticas mas que perduram no coração.

para já informo os meus amigos da blogosfera que o Tartaruga mudou de vida no que diz respeito ao movimento. as corridas tiveram que acabar. mantiveram-se as caminhadas, alguma (pouca) natação e nasceu em força a pedalada na bicicleta.

é verdade, tartarugando, descobri o prazer da estrada, das longas saídas; já pedalei por duas vezes 200k seguidos, estou a preparar uma saída de 300 k seguidos, em julho, enfim, mais do que motivos para voltar a este espaço :).

até já. e obrigado a todos os que continuaram e mantiveram os seus blogues.
sendo algo mais pessoal para cada um de nós, permitem o fascínio de regressar sempre a casa, sem pressas, sem pressões, sem o espírito voyeur e auto-voyeur que hoje em dia assolam o mundo e outros mundos.

antónio

domingo, 17 de junho de 2012

Marginal à noite - 8 km, Oeiras

pois cá estamos no 2º post do ano :)
a corrida da marginal à noite foi soberba:
- excelente ambiente;
- excelente temperatura;
- várias caras conhecidas, antes e depois da corrida, o que não foi de estranhar no meio de tanta gente;
- a companhia dos rapazes Bento;
- o regresso a uma prova de que tanto gosto;
- o tejo ...!

o rodrigo desapareceu após os 1ºs metros e só o vimos na chegada. terminou com 43m, um tempo quanto a mim excelente. eu e o andré seguimos mais vagarosos e fechámos com 1 hora.

gostei sobretudo de ver a quantidade de gente a rolar, sem grande stresse nem preocupação com os tempos, apenas a desfrutar da corrida. em oposição, a 1ª metade dos atletas ia com máscaras de pleno esforço, sem dúvida a dar o seu melhor, mas, acredito, a perder todo o gozo do paraíso e do cenário que tínhamos, lado a lado com a corrida.

os rapazes gostaram, um excelente indicador para eventos futuros.

e hoje lá fiz mais um treino, de 46m, ao final da tarde, em jeito de aquecimento para a brilhante vitória da seleção e consequente apuramento.
a evolução este ano promete, em fevereiro uma corrida de 5km, agora uma de 8km; quem sabe em setembro ou outubro não venha uma de 10km e lá mais para o final do ano, algo maior???

abraço a todos e ótimas corridas e exercício.
antónio

domingo, 19 de fevereiro de 2012

5 km de Cascais



em 1º lugar votos de um excelente 2012 – ou do que dele falta, para todos! :)
já aqui não venho há cerca de 3 meses e portanto ainda é devido este voto.
voltei, e para relatar o regresso às corridas de estrada.

17 meses depois, entre setembro de 2010 em cascais nos 10km do destak e hoje, nos 5 km de cascais, a chamada rapidinha. uma corrida muito especial.
os machos cá de casa estavam todos inscritos. o rodrigo lesionou-se na 6ªf, deitando um joelho abaixo. sobravam 2. a expectativa era grande. de manhã acordámos e com o sol resplandecente, percebi que tínhamos que nos apressar para ainda levantar dorsais, pois tinha lido na véspera que talvez até nem estivessem a distribuir …!


lá fomos, cerca de 20m de trajeto até cascais, onde na autoestrada nos cruzámos com vários carros que não enganavam, todos a caminho da tradicional corrida de cascais.
sentia o andré algo expectante, pois era a sua estreia em corridas com o pai.
chegados ao mercado lá fomos levantar o dorsal e tudo correu bem, mas já com o aviso de que para o ano só na véspera :( (perguntava-me silenciosamente, como será então com quem vem de longe no dia da prova???).


entre a fase de equipar, prender o dorsal e aguardar um pouco dentro do carro, tivemos tempo para, cúmplices, desfrutar o sol quente a banhar-nos de frente e a convidar a uma ligeiro fechar encostados aos bancos.


arrancámos a trote para ir aquecendo e o andré ia acelerado, tendo-lhe sugerido que o ritmo devia ser mais de trote e menos de galope, pois era exatamente para aquecer e apenas isso. tentei ver alguém conhecido, mas a malta profissional dos 20 km já devia estar alinhada lá mais à frente. juntamo-nos à massa junto do 2º pórtico, o que dizia meta e o ambiente era engraçado, com mascarados e troca de piropos mas, sobretudo, sem aquela adrenalina do cronómetro e da ansiedade da “prova”.


dada a partida dos 20 km ficámos a admirar o bonito espetáculo das cores a serpentear subida acima até ao quartel e a fazerem a curva, dos milhares de atletas que se afoitaram na corrida maior. passados uns minutos o presidente da câmara de cascais lá foi tocar a buzina e começámos devagarinho, meio a caminhar, meio a andar.


correu muito bem a 1ª subida, o andré ia satisfeito e lá seguimos até à boca do inferno, onde o atlântico nos esperava, imponente e apetecível.
na subida até à viragem, cerca dos 2,5km, fomos passando algumas pessoas que caminhavam já fatigadas pelo arrancar mais rápido e inexperiente. o andré seguia confortável e eu ia nas não 7 mas 7000 quintas, muito satisfeito, no ritmo do deleite.
os carros esperavam nos cruzamentos que a massa passasse, curiosamente sem grandes buzinadelas e com um ar bastante sereno, e lá ao longe seguiam, já numa outra dimensão, os 1ºs dos 20km, sempre a abrir.


cerca dos 3,5 km o andré pediu-me para abrandar um pouco o ritmo e seguimos até à descida do antigo cinema oxford, onde retomou o andamento anterior, já mais descansado.
até à chegada foi um pulinho, sempre acompanhados por pessoas de várias idades, motivações e andamentos, numa excelente “onda”, muito calma e serena, sem stresse e a desfrutar totalmente do momento. afinal ser tartaruga é para desfrutar com a respiração calma e sem estar ofegante, “para poder ver melhor”, como lobo mau! :)


terminámos com cerca de 30 minutos (a corrida não tinha 5 km …) e correu muito bem.
foi talvez a corrida que mais prazer me deu, pelo baixo ritmo (penso que reencontrei o ritmo onde gosto de fato de correr) mas sobretudo, e totalmente, pela companhia do andré, de 12 anos, que creio ficou também muito satisfeito por ter corrido sempre a meu lado.
penso sobretudo que lhe ficou o apetite para corremos mais vezes, nesta forma também bastante cúmplice de partilha entre pai e filho.


a caminho do carro para o regresso a casa, ainda vimos quase na chegada a sandra, a mãe dos meus sobrinhos, e foi uma festa, que talvez até possa continuar num próxima corrida, em que a faremos, quem sabe, todos juntos.
uma bela manhã, um belo dia, e para o ano, nos 5 ou nos 20, poderei ter novamente companhia, mas alargada aos 2 rapazes e eventualmente até a rita já estará a participar ...

resto de um bom fim-de-semana e de período carnavalesco, é ótimo regressar aqui a este espaço e assim arranje atividade que o justifique – farei por isso.
antónio

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

12 km trilhos castelo de palmela – forte de são filipe (setúbal)


nota: fotografias na ordem inversa, do final para o início


assim foi: de um convite improvável a meio da semana, eis-me, acompanhado do rodrigo e de mais cerca de 40 caminheiros, numa aventura pausada, suave, num dia magnífico. a caminhada foi organizada pelo clube de montanhismo da arrábida.
foi altamente motivadora a experiência. partimos do castelo de palmela, após a concentração em setúbal na avenida luísa tody e do transfer por autocarro. estava frio, mas rapidamente deu para aquecer.

primeiros quilómetros sempre a descer, com uma magnífica vista. começam as subidas e eis-nos numa zona que me foi familiar – vale de barris, recordações dos trilhos de 30 e 20 km de há 2 anos. as experiências agradáveis nunca se esquecem. lá em baixo uma série de corredores davam azo à vertigem corredora. soube agora no blogue da ana pereira que era o grande prémio da arrábida organizado pelas lebres do sado. a caminhada prosseguia com as pausas para ingerir líquidos e sólidos.

o rodrigo queixava-se do baixo ritmo :). eu ia desfrutando da paisagem e comparando estes trilhos com os trilhos a correr. com menos adrenalina, mas com mais tempo para realmente desfrutar da paisagem e do momento. as pernas iam começando a pesar, mas o cardio estava óptimo e eis-nos, ao fim de quase 3h e meia chegados ao forte de são filipe.

como não conhecíamos, lá fomos visitar o forte, com a pousada integrada. é algo de majestoso, como as fotos podem comprovar muito mais do que eu. e o estuário do sado, em todo o seu esplendor, lá em baixo, mostrando que o dia era efectivamente todo belo. uma excelente jornada, a companhia do meu filho varão, algo insubstituível, muita aprendizagem, quer no que toca a uma nova abordagem ao exercício, quer relativamente à serra da arrábida, palmela, setúbal e arredores, quer actualmente, quer sobre a história.

até breve, um abraço e continuação de bom “movimento”,

antónio






































quarta-feira, 16 de novembro de 2011

60 minutos

é uma barreira como qualquer outra.
mas actualmente significa ... treino longo de domingo :).
já em 2 domingos seguidos foi possível realizar 60 minutos sempre a correr.

para já e sem objectivos definidos para participar em provas, não andarei com longos muito mais longos o que os 60 minutos.

mas sabe sempre bem, após um ano de "envelhecimento" atlético, ultrapassar estas pequenas barreiras.

até breve.
abraço
antónio

domingo, 6 de novembro de 2011

Por vezes acontece

não ter vontade de parar.

ontem
por entre uma bátega de água,
a descida até algés para ver uma estação robotizada por máquinas de acesso às plataformas,
um passeio entre algés mar e a cruz quebrada,
a subida para o regresso a casa pelas instalações da grundig e magnificas vivendas e moradias dessa zona da cruz quebrada e algés de cima,
a magnífica vista no alto de santa catarina sobre o tejo, a foz e o mar,

passaram cerca de 50 minutos.

aí apetecia mesmo continuar, mas o bom senso lá me segredou que era melhor fechar a corrida e regressar caminhando.

assim o fiz, e como calculei bastante mal o momento do regresso a correr, ainda tive uns bons 15 minutos a andar, que souberam que nem ginjas.

hoje há mais, e … keep going! já se vai sentindo menos dor e melhor respiração nas subidas!!!

bom fim de semana em movimento.
antónio

domingo, 30 de outubro de 2011

1 hora extra

mudança de hora, treino hoje de manhã pelas 7h, 8 de ontem, 1 dia com 1 hora extra.
o tempo estava fresco mas muito agradável, o sol dava alento, as folhas no seu amarelo torrado esverdeado mostravam o porquê da beleza da vida.


saído de casa sem trajecto definido decidi-me pelo percurso linda-a-velha, estádio, regresso.
a pequena subida inicial sem grande custo permitiu aquecer e chegar à carreira de tiro em passo brando mas confortável. pouca gente nas ruas, poucos carros ainda, um início de manhã tranquilo e muito reconfortante.


no complexo do jamor a passagem pela pista da canoagem, onde ao lado o jamor corre novamente, depois das primeiras chuvas e da seca forçada.
alguns seniores faziam já elíptica nas redondezas, cheios do fulgor de quem sabe melhor do que ninguém que “parar é morrer”.

cruzei-me com 2 ou 3 atletas também em passo muito lento.
aos 25 minutos decidi regressar, as pernas e sobretudo o joelho esquerdo já acusavam um pouco o esforço (3 corridas em uma semana ao fim de 1 ano pesam nas dobradiças).

lentamente fiz-me à subida da carreira do tiro.
pesavam toneladas as pernas e custou alguma dor(zita) chegar cá acima ao solplay.
ofegante, consegui nunca parar de correr e após a reentrada na zona antiga de linda-a-velha, senti-me novamente bem e o prazer para a parte final do treino suplantou o cansaço.
terminei em excelente estilo (presunção e água benta …:)), muito solto à porta de casa.

excelente treino “longo” 1 semana após o regresso.

após o duche 1 hora de deleite com a rita e com o andré, pois o meu companheiro rodrigo não correu como há 8 dias, fruto de uma noitada com gente do desporto – não estou preparado para noitadas aos 13 anos, mas estamos sempre a aprender.

não consegui fazer o treino de sábado como desejava, mas para o regresso estamos falados, para a semana há mais – objectivo: pelo menos 3 treinos.

até breve e bom exercício.
antónio

sábado, 29 de outubro de 2011

Crise?

a distância permite, talvez, ver as coisas sempre noutra perspectiva.
um ano de paragem, uma recente ida à decathlon e a perplexidade:

- uns ténis asics gel kayano custam 170 euros?

vivemos afinal em que país?
naquele onde só podemos consumir em época de saldos, possivelmente.
e mesmo assim, com vários algoritmos de apoio à tomada de decisão pelo meio.

não admira que os índices de consumo estejam a cair todos os dias.
e que qualquer dia corramos todos descalços, como o lendário Bikila. a bem do prazer de correr.

previsão para o fim de semana: 2 treinos. vamos ver se dá!

abraço,
antónio

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os elementos

a chuva e o vento fortes penderam forte, sobre mim, hoje pelas 6 e meia da manhã.
para não me esquecer de que isto das corridas não é para meninos.
aventurei-me a essa hora para começar bem o dia. aqui pela zona, fui seguindo até ao alto de algés, onde ainda não se avistava o tejo, apenas luzes numa e noutra margem.
a subida dos bombeiros até à zona do solplay devolveu-me aquele sofrimento que nos impele a prosseguir, como em todos os desafios em que somos mais teimosos do que os obstáculos. cansado lá em cima, retornei a casa, pelo meio de linda-a-velha, ainda sem muitos carros a circular a essa hora.
ia-me cruzando com algumas pessoas, possivelmente a caminho do trabalho, e pensando no felizardo que sou, poder dispor deste tempo para correr, em vez de ter que sair mais cedo para pegar ao trabalho, muitas vezes até fora da zona de lisboa.

o treino terminou com 45 minutos, respeitando os 10% de incremento face ao 1º de domingo. custou um pouco mais hoje, com mais subidas, a uma hora mais madrugadora com as pernas a ressentirem-se ligeiramente. mas a boa sensação de ter terminado e seguido para o duche retemperador, inclusive com água fria nas pernocas é algo intemporal.

2 treinos and counting!!!

abraço
até breve
antónio

domingo, 23 de outubro de 2011

Regresso à corrida

escolhi são pedro do estoril. escolhi as 8am. escolhi correr 40 minutos porque é uma duração já razoável para um primeiro treino e dava garantias de poder ver sem muita dor, logo de seguida, a final do mundial de rugby entre a nova zelândia e a frança em casa dos papás, porque não tenho sport tv.
escolhi o dia de hoje porque tinha que ser.
escolhi as raízes para o que tinha que ser.

tive a companhia do rodrigo. fantástico. quase 14 anos e já tão crescido; uma companhia plena na corrida.
já não corria verdadeiramente há mais de 1 ano. o polar assinalava um registo de 11-02-2011, de 54 minutos, sem mais. uma caminhada talvez e a partir daí deixei inclusive de levar o relógio.

hoje emocionei-me ao tirar a camisola, os calções e as meias da gaveta. a sério! que bom regressar.
e teve que ser hoje, obriguei-me, porque há sempre desculpas, mas hoje não! estava precisado. foi um ano intenso, sem correr, o nascimento da rita, os primeiros 6 meses de reestruturação das rotinas, a mudança de trabalho em dezembro, a doença prolongada do meu sogro desde março, o seu falecimento há 3 semanas, a nova reestruturação da estrutura familiar (um agregado familiar de 6 pessoas ??? quem diria? eu não, há uns tempos, mas cá vamos nós …) …

saímos da casa paterna e fomos junto ao mar até são joão do estoril. o mar rebelde, a pedra do sal imponente, o ar puro do mar e da manhã a revigorar a mente.
o cardio estava bem, íamos conversando amenamente, apenas sentia as articulações nas pernas e nas virilhas, uma espécie de queixa de desenferrujamento, pois há muito que não estavam habituados a tais façanhas.

em são joão decidi entrar para a parte “terra” e mostrar ao rodrigo o liceu onde fiz do 7º ao 12º ano, a praceta, as papelarias bonanza e ricco, o quiosque dos croissants com creme branco, as torres do mar antes tão altas, a escola primária da 2ª à 4ª classe, a 1ª praceta onde habitámos até aos meus 11 anos, onde ainda tenho os meus melhores amigos e família.
descemos para são pedro do estoril, pelas ruas/estradas desertas aquela hora, as vivendas imponentes, cheias de história, desde o antigo regime, ao pós 25 de abril com vários saques, permanecendo belas e sossegadas, como as árvores seculares.
mais outra escola primária, desta feita aquela onde fiz a 1ª classe, uma daquelas de arquitectura do antigo regime, agora a ser restaurada.
a 5 minutos do final do treino, na estação de são pedro, várias camisolas brancas preparavam-se para apanhar o comboio rumo à corrida do tejo. hoje nem senti vontade, apesar dos protestos juvenis, de quem queria ter participado.
hoje, a manhã era de regresso, com tudo o que os regressos têm de mágico e de promissor.

fechámos o treino à porta de casa ds meus pais, a final do rugby a começar, o dia a aquecer ligeiramente, os comboios a transportar corredores. sentia ligeiramente as pernas, nada de especial. sentia sobretudo a magia de ter voltado a correr. como quem, em pequenino, sente aquela liberdade de andar na rua, sem ninguém a controlar, e sabe que a estrada é infinita.

abraço, até breve
antónio

ps – a final do mundial de rugby foi um tempo bem entregue, vibrado em conjunto com os meus filhos rapazes e com os meus pais. a rita e a mãe brincavam a outros jogos a essa hora em casa, o rugby ainda não é para princesas de 1 ano, em meu entender :).

domingo, 28 de agosto de 2011

Um pézinho de dança

a minha actividade física tem-se pautado pelas caminhadas 2 a 3 vezes durante a semana, entre 30 a 45 minutos, com a Rita e o seu carrinho de bebé como "desencadeadores".
todavia, em período de férias, a frequência foi diária, sempre entre os 45m e a hora de caminhada. muito agradável, por todas as razões.

signifca então que, actualmente, caminho razoavelmente, com técnica e com a resistência possível para dar caminhadas até 1 hora. estou na zona de conforto.

e como é habitual, é nesta zona que começamos a querer sair e dar saltos maiores. já fui atleta quase profissional, depois sedentário extremo, depois ainda, praticante de futeboladas e basquetebol com amigos, depois experimentador da corrida, depois corredor amador mais a sério, finalmente maratonista. até chegar de novo a um sedentarismo timidamente activo.
e aqui estou, no ponto de mais um recomeço.

comecei a correr precisamente há 8 anos. foi em finais de agosto, dias após um regresso de férias. a história foi contada em posts anteriores neste blogue (tão anteriores que já nem os descubro).
mas eis-me de regresso ao ponto inicial. sensivelmente com o mesmo peso, 71 kg, o que é notável, pois do caminho ficou a aprendizagem e a capacidade para saber dosear o prazer com o abuso, mantendo um nível saudável de peso para a minha constituição física (refiro o peso porque é um indicador importante do nível de qualidade de vida com que estamos em determinado momento).

e toda esta prosa porquê? porque regressado ao ponto zero, eis que a corrida me convidou hoje para um pézinho de dança. já não sei correr como há 8 meses, a técnica também se perde por falta de uso, mas ainda assim, num pedaço de asfalto, a empurrar o carrinho da Rita e ciente do seu sono profundo, ensaiei uns metros de trote.
foi uma nova descoberta, passo a passo, que me devolveu a vontade do regresso e de tentar reorganizar a agenda para o efeito.

percebi que ir a caminhar ou a trote, se for em asfalto, não causa qualquer incómodo ou impacto na Rita, pois o terreno é nivelado. está identificada mais uma oportunidade.
foi apenas um instante. mas quem sabe, aquele instante para retomar algo mais contínuo e que tanto prazer me dá.

abraço, boas corridas, caminhadas, bom fim de semana
antónio

terça-feira, 19 de julho de 2011

Gatinhando … ou como se vence o medo!

A Rita com os seus festejados 9 meses proporcionou-nos momentos únicos no último fim de semana.
Daquele tipo de momentos que só temos com as crianças e que nos ensinam tudo.
Eles trazem tudo perfeitinho, efectivamente. E são momentos a que por vezes não conseguimos assistir porque acontecem no infantário ou quando não estamos presentes.
No sábado ainda gatinhava apenas para trás.
Após alguns dias de hesitações, eis que nesse dia se fez o clique e conseguiu avançar; espantada, sentou-se novamente e passado um momento voltou à carga. Mais uns metros e a realidade era inequívoca: já gatinhava e agora apenas para frente, pois deixara de fazer sentido andar para trás.
Vencidos os medos ninguém a pára.
Agarrada às portas, aos móveis, aos sofás, vai experimentando, sempre com o receio inicial, que rapidamente é vencido: ou pela queda, ou pela conquista.
Experimentando, afinal a melhor e única forma correcta de aprender.

Todos passámos e continuamos a passar pelo mesmo processo. Mas infelizmente somos mais renitentes em deixar-nos cair para voltar a erguer.

Aquela corrida, aquela maratona, aquele quilo a mais, aquele passo para iniciar a mudança que sabemos necessária para atingir os nossos sonhos, aquele …, aquela …!

Afinal é tão simples. Olhando a Rita percebemos que somos movimento, somos medo, somos mudança e apenas nos resta gatinhar … para a frente; demorando mais ou menos tempo, mas só nos resta ir para a frente, está-nos nos genes.

Ao retomar a consciência deste pequeno facto, talvez nos ajudemos a conquistar terreno à nossa zona de conforto.
Ou como disse Bjorn Borg numa entrevista ao expresso igualmente no passado sábado:
“quem tem medo de perder nunca conseguirá ganhar”!

Abraço
António

terça-feira, 28 de junho de 2011

Maratona

a da vida.
tomar conta dos mais pequenos e dos mais velhos.
o ciclo que se fecha mesmo debaixo do nosso nariz. a linha tão ténue, sempre, em todas a horas.

esta idade, talvez a meia idade, pelo menos, aquela em que temos que crescer à pressa, pois todos dependem de nós!

agenda curta, um dia, depois da sabática, voltarei a correr!

pelo meio algumas caminhadas, agora com uma companhia nova, uma namoradita chamada Rita, 8 meses e meio, passo nem apressado, nem lento, apenas ... ao ritmo dela.
paragens obrigatórias, biberão de água, fralda a tapar o sol, fralda a limpar o suor, bidu bidu, as patetices tipicas de um pai babado, o reviver de há 11 anos atrás, onde os bébes eram diferentes, ou talvez nós fossemos diferentes porque os bébes são intemporais, apenas têm canal baby tv hoje em dia aos 8 meses e meio, quando os bébes de há 11 anos não tinham.

de resto são iguais os bébes, uma luz tão intensa que nos cega de alegria em todas as manhãs. ps bébes são intemporais, únicos, mas afinal, provocadores do mesmo impacto.

voltarei a correr, o lombo anda a penar, todo partido, mas certamente reviverá a alegria de correr, bem devagar, quase a caminhar, mas lá estará para aguentar este esqueleto.

forte abraço, até breve
antónio

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Corrida novas oportunidades

tarde e a más horas, cá vai o relato de mais esta corrida ... ao lado.
as tendas e o colorido nas camisolas, mais o dia radioso, anunciavam uma manhã muito bem passada.
os atletas mais madrugadores aqueciam, uns mais velozes, outros mais comedidos.
eu ia ciculando, devagar, bebendo todo o envolvimento, as tendas brancas a lembrar a apertada logística de todos os organizadores, de todas as provas.
primeiro no sentido cascais-lisboa e depois no sentido inverso, cruzei-me com vários atletas, todos eles com aquele brilho nos olhos de quem vai desfrutar de 2 horas de completa liberdade e abstracção, face ao estado do país, da política, do mundo, dos abusos de poder, do poder dos abusos, enfim ...!

sentia a vertigem de querer participar, mesmo sabendo que não estava, que não estou preparado, depois de 4 meses a fazer séries cá em casa, entre o quarto e a cozinha.
sentia a vertigem de poder novamente partir rumo a uma meta, com um caminho de puro prazer a medear o acto de avançar ao tiro de partida, com o acto de chegar, suado, limpo, cansado, feliz, a uma meta onde quase todos já teriam chegado.

não sabia a distância da corrida, mas não tinha problema. ela lá se faria concerteza.

subitamente o sinal virou verde e tive que avançar com o veículo.
o andré tinha ensaio para o concerto de violas d'arco que iriam dar em conjunto com a metropolitana de lisboa, daí a 10 minutos.
o rodrigo tinha treino, daí a 30 minutos no jamor e iria apanhá-lo em casa.
a rita estava com a mãe na urgência pediátrica do s. francisco xavier para onde me dirigiria após ter feito estas "entregas", de forma a estar presente em mais uma das pequenas mazelas dos 7 meses de idade.

a corrida das novas oportunidades deverá ter sido bem melhor do que o aproveitamento que uns e outros fazem do programa com fins puramente eleitoralistas.
pela cara dos candidatos a terminar a prova, prometia.

eu lá vivi a minha corrida, de forma diferente, mas elucidativa de que continua cá dentro esta paixão.
e que um dia voltarei a fazer uma corrida, vestida ou não de novas oportunidades, mas pelo menos, sentida com a certeza de que valerá sempre a pena.

e não esqueço esta memória fisica do que é sentirmo-nos livres quando preparamos a partida.
uma qualquer, afinal.

abraço e até breve
antónio

sábado, 30 de abril de 2011

A bicha

danada da bicha, com 2,5 kg, deu trabalho.
muita martelada, muita pata arrancada à dentada.
3 Amigos, 1 senhora sapateira, umas horas de cumplicidade, umas refrescantes imperiais.
também é desta massa que a vida é feita.

enquanto não se regressa aos treinos ... petisca-se.

abraço
ab

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Falando de utilidades

aqui está uma pérola:
pordata.

podemos ver, sem demagogias e adulterações, o quão evoluímos nas últimas 5 décadas.
se há lugar onde podemos procurar alguma esperança, este é um deles.
ab

terça-feira, 26 de abril de 2011

Treino de séries

sendo este um dos segredos do treino de qualidade, tenho que revelar a verdade:
- tornei-me um especialista!

corro pouco actualmente, mas tenho feito excelentes séries com altíssimos níveis de intensidade atlética:

- a meio da noite para aquecer o biberon intercalar (por 2 ou 3 vezes, tal era a intensidade da série, consegui adormecer no intervalo, em pé e sentado :), o que traduz um domínio total dos fundamentos do treino: intensidade e retorno à calma, conjuntamente com um bom período de repouso);

- ao final do dia para abraçar a minha princesa (e claro, os princípes e a raínha).

Com estas séries, a próxima maratona será um sucesso garantido ...

é que já ando a pensar nela, apesar de só fazer séries e de a resitência estar a zeros.
mas lá chegaremos.
abraço
ab