segunda-feira, 23 de maio de 2011

Corrida novas oportunidades

tarde e a más horas, cá vai o relato de mais esta corrida ... ao lado.
as tendas e o colorido nas camisolas, mais o dia radioso, anunciavam uma manhã muito bem passada.
os atletas mais madrugadores aqueciam, uns mais velozes, outros mais comedidos.
eu ia ciculando, devagar, bebendo todo o envolvimento, as tendas brancas a lembrar a apertada logística de todos os organizadores, de todas as provas.
primeiro no sentido cascais-lisboa e depois no sentido inverso, cruzei-me com vários atletas, todos eles com aquele brilho nos olhos de quem vai desfrutar de 2 horas de completa liberdade e abstracção, face ao estado do país, da política, do mundo, dos abusos de poder, do poder dos abusos, enfim ...!

sentia a vertigem de querer participar, mesmo sabendo que não estava, que não estou preparado, depois de 4 meses a fazer séries cá em casa, entre o quarto e a cozinha.
sentia a vertigem de poder novamente partir rumo a uma meta, com um caminho de puro prazer a medear o acto de avançar ao tiro de partida, com o acto de chegar, suado, limpo, cansado, feliz, a uma meta onde quase todos já teriam chegado.

não sabia a distância da corrida, mas não tinha problema. ela lá se faria concerteza.

subitamente o sinal virou verde e tive que avançar com o veículo.
o andré tinha ensaio para o concerto de violas d'arco que iriam dar em conjunto com a metropolitana de lisboa, daí a 10 minutos.
o rodrigo tinha treino, daí a 30 minutos no jamor e iria apanhá-lo em casa.
a rita estava com a mãe na urgência pediátrica do s. francisco xavier para onde me dirigiria após ter feito estas "entregas", de forma a estar presente em mais uma das pequenas mazelas dos 7 meses de idade.

a corrida das novas oportunidades deverá ter sido bem melhor do que o aproveitamento que uns e outros fazem do programa com fins puramente eleitoralistas.
pela cara dos candidatos a terminar a prova, prometia.

eu lá vivi a minha corrida, de forma diferente, mas elucidativa de que continua cá dentro esta paixão.
e que um dia voltarei a fazer uma corrida, vestida ou não de novas oportunidades, mas pelo menos, sentida com a certeza de que valerá sempre a pena.

e não esqueço esta memória fisica do que é sentirmo-nos livres quando preparamos a partida.
uma qualquer, afinal.

abraço e até breve
antónio