terça-feira, 31 de julho de 2007

Crenças e causas


é um momento que me impressiona.
todos os anos, por esta altura, cruzo-me com a multidão que acorre ao estádio nacional.
umas vezes logo de manhã cedo, quando termino o treino matinal. outras, como na passada 6ªf, quando fico numa fila à saída da a5 e até ao estádio principal, vendo a massa a dispersar depois de um dia de intenso calor, em que estiveram num estádio que imagino ter estado bem moldado, a dar vida às actividades, orações, preces, cânticos, à sua crença e fé.
é um espectáculo muito bonito, a ida para, e a vinda da, cerimónia.
pessoas de todas as cores, estratos sociais, com motivações certamente díspares, afluem a um belo recinto, enquadrado numa paisagem de sonho – um estádio construído no meio de uma mata, onde ainda se respira a natureza no seu esplendor.
são aos milhares. velhos, novos, crianças. trajados a rigor, como se estivessem a chegar a um casamento. a cor é um elemento marcante: vestes de cerimónia, vestidos típicos de variadas etnias e culturas africanas e outras que não sei identificar, que emprestam ao jamor uma janela de vida e de multi-culturalidade, um forte sentimento de integração entre a natureza e o ser humano.
as lancheiras numa mão, pastas na outra, filhos ao colo das mães, jovens em passo célere contrastando com a calma e serena passada, quer das mulheres, quer dos mais idosos.
não sei exactamente a que igreja pertencem. procurei na internet mas não fui bem sucedido.

mas o que mais me impressiona é esta massa de gente mobilizada por uma causa.

sim, porque só uma causa forte consegue mobilizar tantas pessoas desta forma, sob um clima tórrido.

sou ateu. dos convictos. acredito no palpável, e para o bem e para o mal, no ser humano.

a minha fé é muito terrena. não acredito em algo superior, porque penso que se existisse o mundo não poderia ser como é. existiria, concerteza, mais justiça e maior protecção para quem nunca fez mal a ninguém.

não sou melhor nem pior do que ninguém. por ser ateu esforço-me muito para respeitar as crenças dos outros, guardando os juízos de valor para mim, pois as crenças são, antes de mais, de carácter pessoal e íntimo, e passíveis de respeito e de tolerância por parte de todos.

não deixo todavia de observar com algum espanto a fé das pessoas e as causas que as movem desta forma. se todas as forças que mobilizam estas pessoas forem direccionadas para o “bem” (este é sempre um conceito perigoso) talvez o mundo melhore um pouco em cada dia.

ab

domingo, 29 de julho de 2007

Semana 6/18



foi uma semana meio estranha, na continuação da anterior.
não tive arte nem engenho para fazer o cross training mas o núcleo duro do treino fez-se.
foi necessário ziguezaguear durante a semana, por causa dos compromissos da labuta. assim:
3ªf - 41' a rolar
5ªf - 1h05' quase a desfalecer
6ªf - 31' só para recuperar e mostrar ao corpo que o dia anterior foi um acidente, um delírio!
hoje - 1h35', a rolar entre 6' e 6'10"/km.

inicia-se agora o 2º terço do plano. o volume vai aumentar consideravelmente.
começa a ganhar importância o planeamento dos treinos mais longos, já entre as 2h20' e as 3h15', sensivelmente, podendo ter ligeiros ajustes em função do ritmo a que conseguir correr.
quer a hora de início (será sempre muito perto das 6h da manhã atendendo ao elevado calor), quer a hidratação, quer a ingestão de powergel ou afins serão fundamentais.

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hoje fui reconhecer terreno para os treinos longos dos próximos fins de semana. a família ficou em cabanas de tavira. eu vou indo e vindo até às férias, mas os próximos 4 domingos serão passados lá e por isso há que testar.
parti de cabanas pelas 6h45'. a temperatura ainda estava agradável, não havia muito trânsito na 125, fui correndo muito bem até ao momento da viragem, na ponte romana em tavira (ver foto) (eu inclino-me mais para que seja uma ponte medieval, com resquícios de arquitectura romana, mas não sou expert ... de todo!) (para obter mais informação sobre tavira).

um pouco antes tinha-me cruzado com dois jovens cambaleantes na zona da pista de ciclismo de tavira. naturalmente regressavam de uma boa farra de sábado à noite/domingo de manhã.
no regresso ainda os apanhei. eu de um lado da estrada, já em tronco nú, com 1h de corrida, a pingar por todos os poros. eles do outro lado, prestes a atalharem pelo meio do campo:
- está sóbrio? - pergunta-me o primeiro dos jovens, alto moreno e de olhos ainda abertos.
- estou ... às vezes - respondi com um sorriso e já a olhar para trás.
ele riu-se. em simultâneo a voz do segundo jovem:
- tás é cuma ganda moca meu!
ri-me, continuei o treino e quando cheguei a casa partilhei o encontro com a malta no meio da risota. de facto é sempre bom ouvir uma pergunta tão simples para a qual a resposta nem sempre é linear: correr a um domingo, com uma caloreira algarvia, pelas 6h45' da manhã é estar sóbrio? não sei quem estaria mais, mas quer eu, quer eles estaríamos concerteza bem naquele momento.

acabadinhos de chegar à ilha de cabanas, estava ainda a pousar a mochila, quando olho para o lado e vejo duas caras conhecidas. não pude deixar de sorrir. dirigi-me a eles:
- bom dia. lembram-se de há pouco me terem perguntado se estava sóbrio?
olharam com algum espanto, riram-se e trocámos "high-fives". desejámos uma boa praia, reciprocamente.

só voltei a vê-los de pé já na hora da nossa saída, logo após o meio dia.
levantaram-se, rumaram ao banho e talvez tivessem conseguido acordar. acredito que devam ter tido um sono santo, durante 2h e meia.
há maratonas para todos os gostos.
não deixei de sorrir ao rever a vida que levava em férias há 20 anos.

boa semana
ab

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Treino estúpido



foi o de ontem. e espero que seja o único treino estúpido no plano para o porto. porque quem repete a estupidez é estúpido 2 vezes e isso já seria um pouco pior.
passo a explicar:
não me dou bem com ares condicionados. 4ªf tive uma deslocação profissional a aveiro. íamos 5 pessoas numa carrinha. naturalmente e face ao calor, o ar condicionado foi ligado, pois era muita respiração junta. no regresso a coisa tornou-se deveras intensa. comecei a sentir a garganta a picar e uma ligeira pinganeira do nariz.
nessa noite não dormi muito bem. acordei de madrugada e só tive tempo de aplicar um spray homeopático fantástico para a garganta (que me livrou de boa, pois foi mesmo a tempo).
de manhã estava melhor da garganta mas num estado meio mole.
por volta da hora do almoço decidi treinar. era o treino forte da semana, 10 km a ritmo de maratona. como estavam quase 30 graus pensei em trocar com o treino de hoje, mais leve.
mas “passei-me” um bocado e vai daí fiz 1h05’ em plena pista nº 2 do jamor, com 10 km a ritmo de 5’35”. 10 km a andar às voltas numa pista sob a torreira dos 30 graus por volta das 13 horas. uma verdadeira estupidez.
não acabei bem, naturalmente, muito cansado e feito num oito. quando terminei estava um braseiro na pista. nem o ligeiro vento servia de atenuante.
os senhores que andavam a jardinar e a arranjar a relva devem ter pensado que há malucos para tudo.
e pronto. valeu que tive o cuidado de ir hidratando ao longo do treino e durante a tarde perdi a conta à água que bebi.
hoje estou um pouco escavacado, mas fez-se.
todos temos direito aos momentos de estupidez, quando a cabeça pára e desliga e vem das entranhas a decisão de fazer asneiras.
mas está feito e não vale a pena chorar sobre o molhado.
a caminhada continua.
abraço
ab

domingo, 22 de julho de 2007

Semana 5/18




a 5ª semana foi atribulada mas cumpriu-se.
3ªf: 30' de natação para relaxar, fiz 1600m.
4ªf: 40' até à beira rio e voltar a casa.
5ªf: 1h05', com 10 km em 1h no jamor, com uma paisagem bela e com um vento forte.
sábado: o treino de 6ªf foi adiado para ontem. 41' no jamor com um vento desagradável. tive que parar 2 vezes para tirar poeira dos olhos.
hoje: 2h05, a 6'/km entre casa e o cais do sodré. (obrigado ao carlos f. e pedro t. na hora da viragem no cais do sodré e especialmente ao carlos pelo ritmo baixinho que me permitiu ter companhia durante cerca de 2 km e qualquer coisa, na volta até alcântara).


sugestão de leitura (li há cerca de 1 ano e hoje voltei a ver-lhe a lombada - é interessante):

o movimento slow - carl honoré


site de carl honoré: http://www.inpraiseofslow.com/slow/index.php



ab

sábado, 21 de julho de 2007

Poesia: Brasil x Cuba, Pan-Americanos 2007

Foto:


http://www.GLOBOESPORTE.COM
http://pan2007.globo.com/PAN/Noticias/0,,MUL73248-3882,00.html


na 5ªf, por acaso, o meu amor mais novo, o andré, fez um zapping e parou no canal brasileiro. como é tão vidrado em desporto como eu parou imediatamente e ficou atento.
perguntou-me que jogo era aquele. eu havia chegado a casa há muito pouco. contextualizei-me e lá mencionei a final do voleibol feminino dos jogos pan-americanos 2007.
o que se seguiu foi pura poesia. basta atentar-se nos parciais e no equilíbrio para ver como foi sofrido o resultado e como foi disputada a peleja.
Brasil 2 x 3 Cuba (27/25, 22/25, 25/22, 32/34 e 15/17)
foi um jogo emocionante a que tive o privilégio de poder assistir com os meus filhos (o rodrigo nem tanto, :-), estava a ler e ia dando uma olhada quando nós mais vibrávamos, o seu mundo é feito de outras maravilhas, tem outros "desportos", é mais criatividade e invenções).
ainda assim consegui aproveitar a beleza e a emoção do momento para tentar passar mais algumas mensagens que entendo fazerem parte do ofício de pai.
sim foi mesmo poesia aquilo a que assitimos. entrega total. a selecção cubana esteve por 6 vezes na mira da derrota. conseguiu sempre virar o jogo. nunca renunciou à luta, não reconheceu a palavra desistência ou derrota.
sim houve uma equipa vencedora. mas perante tamanha entrega e brio ninguém perdeu naquele jogo. ambas as equipas saíram de cabeça bem ao alto.
continuo a emocionar-me com alguns fenómenos desportivos. na 5ªf assim aconteceu. e é assim que em momentos de emoção sentimos ser felizes por um bocadinho. ou por mais um bocadinho. no final da contagem, caso se somem todos os bocadinhos, talvez possamos olhar o caminho e dizer: afinal fomos felizes! após observar os pratos da balança.
ab

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A maratona da vida

foto (monte everest): http://www.pt.wikipedia.org


gosto de treinar para a maratona (é um sentimento válido para qualquer corrida, em qualquer distância, naturalmente) porque retrata muito bem os desafios que temos que enfrentar na vida, e porque nos ajuda a elevar-nos perante os medos e as incertezas. é uma das melhores formas de auto-ajuda que conheço. no final do trajecto, seja qual for o resultado, sabemos ser mais capazes.

- no início decidimos que queremos e avançamos. muitas vezes quase inconscientemente, sem saber muito bem onde nos estamos a meter. caso contrário, se entrássemos sempre no conhecido, que graça teria???

- depois surgem sempre as naturais dúvidas e angústias. serei capaz? estes treinos são duros, doem-me as pernas, falta-me o ânimo de quando em quando, estou a hipotecar tempo para dedicar a outras pessoas e a outras actividades – eis um recurso precioso e que se esgota com muita facilidade, não renovável. terminarei? acredito que sim, mas a que ritmo e com que tempo final? estarei a treinar meses sem conta para no final ter uma desilusão?

- com o processo de treino e com a aprendizagem do corpo e da mente, começamos a ultrapassar limites que julgaríamos inacessíveis. por exemplo, ontem fiz um treino pequenote, 40’, lentos. o lento agora já vai sendo abaixo dos 6’/km, o que significa que nesta 5ª semana já começo a ver alguns resultados da malhação anterior. e assim vamos ganhando confiança.

- ainda assim, o medo vai estando lá. nunca desaparece, felizmente, pois como li em tempos numa entrevista com o ruy de carvalho, com 80 anos sentia tanto medo ao entrar em palco como quando tinha 20. o que temos é estratégias mais apuradas e ferramentas mais oleadas para lidar com ele.

- finalmente chegaremos à meta. instala-se o vazio. sinto-o sempre que termino um livro de que gosto, que me prendeu a atenção e que não me deixava dormir, sinto-o quando estamos sentados a uma mesa com amigos, com vinho tinto e petiscos e queremos que esse pedaço de vida não termine mais. sinto-o sempre que concretizo algum objectivo. há então que olhar para trás, sorrir, reflectir, estabelecer novos objectivos e olhar para a frente.

- sempre!
porque a vida nunca anda para trás. anda sempre para a frente. contudo um pormenor importante é saber desfrutar do presente (que não existe mas do qual nos podemos alimentar ilusoriamente). é que se nos deixarmos enredar entre o passado e o futuro nunca desfrutamos das nossas conquistas e a vida deixa de ter sabor e é apenas stresse, pelo que não fizemos e pelo medo do que virá.

abraço
ab

terça-feira, 17 de julho de 2007

Porque a morte faz parte da vida

cabanas dos pescadores - armações da pesca do atum


aparentemente este post não tem nada a ver com o treino para a maratona do porto. na realidade, tem tudo a ver.
ontem tive que regressar a cabanas de tavira pelos piores motivos: a morte de uma mulher que me é muito querida. falo sempre dos que me são queridos e morrem, no tempo presente. nem consigo utilizar a expressão "os que partem". eles não partem. ficam connosco e mesmo fisicamente conseguimos sempre senti-los. conseguimos rir-nos, chorar, corar, entristecer, quando trazemos a recordação bem próxima do limiar físico. por isso os amamos e pelo amor que lhes temos os sentimos e continuamos com a sua presença na nossa vida.
a tia gracinda, irmã da minha avó materna, foi colhida por uma cornada da vida há cerca de 11 anos. mulher de garra, era sempre a primeira a dar vida à casa, madrugada precoce, e a última a fechar os olhos para um pequeno período de repouso. décadas a fio habituei-me a vê-la levar toda a família ao colo. era um vendaval, uma ria formosa que habitava a ria formosa. uma espécie sã, um coração de uma incomensurável dimensão, que deveria ter sido protegido das leis pouco lógicas com que a vida se encarrega de reger algumas existências.
foi um avc. de início sem grandes mazelas e com perspectivas de recuperação. pelo meio e no final, uma vida arrastada entre a cadeira de rodas e a cama (mais aqui nos últimos tempos). com todo o sacrifício, dor, sofrimento, impotência e humilhação que a vida, em alguns casos, impõe aos inocentes.
mas houve luta, resistência, batalhou até ao final.
curiosamente há 2 semanas, quando estive de férias, falei com a tia. na 5ªf - dia 05/07. na 6ªf entrou em coma. o destino deu-me esse pequeno "brinde": poder beijá-la uma última vez e ver o seu sorriso, agora o vislumbro, de despedida.
despedimo-nos sorrindo. com amor. com um carinho infinito.
a lição de vida da tia, os gestos de amor que teve para comigo e para com os meus, o exemplo de luta, sofrimento e compromisso com a vida, a persistência, são o que tenho comigo ao longo do caminho, incluindo também o da maratona do porto.

tia, com muito carinho lhe deixo uma gravura das cabanas dos pescadores das armações (talvez da armação da abóbora, onde se fez guerreira). habituei-me, pela minha mãe, avós, por todos vocês, a ouvir as histórias de quem ganhava a vida na pesca do atum e "emigrava" sazonalmente para as armações (ver história de cabanas de tavira e pesca do atum).
porque a vossa luta me ajudou a crescer, um grande obrigado
e até já.
ab

domingo, 15 de julho de 2007

Semana 4/18

foto (boca do inferno - cascais): http://http://www.mauromars.weblog.com.pt/

hoje foi dia de longão. o primeiro verdadeiramente digno desse nome.
partida do casino pelas 7:30. estavam cerca de 18,5 graus e a temperatura manteve-se quase constante até ao final. o ideal para treinar. o dia de praia é que ficou estragado para muita gente. mas a água devia esta um espanto.
1h59', a cerca de 6'/km.
ainda tive tempo para uma gracinha, um treino com a 2ª parte mais rápida, a cerca de 5'49''/km, mesmo contra o vento que soprava de frente, no regresso do guincho.
foi um dos melhores treinos de que me lembro. senti-me sempre muito bem, o percurso é de sonho, o mar estava apetecível, tudo ok.
tive a felicidade de me ir cruzando com inúmeros companheiros de estrada. começou pela carmo pinto, antiga colega das lides da natação, que de vez em quando vejo nas meias maratonas e que também está ligada ao mundo do triatlo. eu ia com 5' de treino, a chegar ao paredão do tamariz e ela vinha de cascais já bem suadita. a que horas terá começado?
também me cruzei com o luís jesus, que ia numa grande pedalada na ciclovia do guincho. cerca da 1h15' aparecem o carlos e o pedro t. em ritmo moderado (para eles claro ;-). tínhamos combinado encontrar-nos no final do treino e assim aconteceu. um prazer, o cunbíbio final. ainda me cruzei coom o manuel ramos, triatleta recente que parece ter ganho embalagem e lá ia de bicla, 1º no sentido de cascais e depois no regresso. devia ir aí na 3ª ou 4ª volta ;-)

esta 4ª semana foi muito boa.
4ªf: cerca de 40' lentos.
5ªf:o treino de que falei no post anteiror.
6ªf: mais 41' lentos.
hoje: o prazer do longão. foi daqueles treinos em que daria para seguir em frente até acabar, quem sabe, com 42 km. boas sensações!

vamos para a 5ª semana.
bons treinos e um abraço.
ab

sábado, 14 de julho de 2007

5ªf custou

o treino de 5ªf merece uma nota especial. custaram, quer o treino, quer o acordar.
treino: 1h15', com 55' em ritmo de maratona. fiz 10 km em 55'. é curioso como fazemos autênticas provas em treino e nem damos por isso quando o objectivo é "master".
saí de casa pelas 6h45' e fui para junto ao rio. a única nota negra é o negro da poluição no regresso, já com muito movimento, autocarros e afins.
uma boa é cruzar-me com outros atletas já tão cedinho.
outra boa é deleitar-me com os pregões da venda de todo o tipo de artigos em plena rampa na estação de algés. um espectáculo, de cor, vida e animação.
acordar: custou. acordo normalmente antes do despertador e nesse dia foi por volta das 5h50'. por momentos senti a sensação corporal, tão apetecível, de diferir o treino para outra hora (não saberia qual, pois não havia agenda nesse dia ...). felizmente logo desandou.
e porquê?
porque, para além do compromisso pessoal, do objectivo forte, da conquista desejada, da batalha por cumprir, há muitas outras fontes de motivação que nos fazem sair da cama, mais ou menos rapidamente e daí a uns minutos agradecer à manhã as manhãs como a de 5ªf:

- a malta cá de casa. é um acto de amor receberem em plena organização matinal um fulano que acaba de correr, encharcado e com cheirinho. ainda estão a acordar e entra-lhes um vendaval de poluição sudorípara pela casa.
- os gafistas, que fisicamente ou em espírito estão sempre a motivar, sempre partilhando esta sólida mas lenta aventura.
- os amigos que mandam bocas e piropos e que nem imaginam o quanto me motivam.
- os bloguistas: também não fazem ideia da fonte de motivação que representam. não desejo ser injusto mas vou referir alguns dos que mais me motivam e por onde navego um pouquito sempre que posso: o rodrigo silva com a sua fibra, o andré alves como seu ritmo e versatilidade, a amazona ana paula, a vitalidade e os joelhos da lénia (;-), atenção que nunca estive sequer fisicamente perto, nada de malícias), a lutadora ana pereira, a minha querida amiga claudia, o grande e master e guru e amigo nuno k., o ironman sérgio marques, o agora igualmente ironman luís enrique.
- os visitantes deste blogue, familiares, amigos, conhecidos, ou viajantes, que são uma razão de peso para avançar.

com o compromissso de nunca desistir!

a todos o meu obrigado pela inspiração. estou a chegar aos 25% do caminho nesta aventura e o vosso exemplo será naturalmente fundamental para chegar a bom porto.

abraço
até amanhã para o reporte técnico semanal ;-).
ab

p.s. - nova cara, mais quente, veraneante, a chama do verão. espero que gostem.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Compromisso - Nunca desistir

profissionalmente é-me bastante útil.
pessoalmente incentiva nas batalhas do dia-a-dia.
para maratonistas é uma excelente leitura.
tem tudo a ver, embora aborde a gestão de equipas e do colectivo e a liderança e motivação de equipas.
mas os traços e raízes da luta e da conquista, sejam individualmente, sejam colectivamente, estão todos lá.

abraço
ab

domingo, 8 de julho de 2007

Semana 3/18

foto (cabanas de tavira): www.fotos.afasoft.net


confesso: as férias foram um espectáculo, mas senti falta do blogue e de estar ligado.
é muito curioso como esta ferramenta comunicacional se tornou, com pézinhos de lã, uma necessidade, tão fundamental como todas as outras que nos permitem comunicar.
o máximo que consegui foi passar por uma leitura rápida do mail, dos comentários e sacar uns documentos :-(
bom .. dizia que a semana foi fantástica. um tempo de sonho (para quem gosta de praia como nós), verão algarvio, aquele quente com prenúncio de levante (que chegou na 6ªf), o calor do estreito, que veio vindo e que queimava só de respirar o ar na rua, a seguir ao almoço.
sou dos que gostam e praticam a praia de manhã cedo, regresso antes do meio-dia, almoço, sesta (fundamental) e depois ao final da tarde logo se vê.
nesta semanita fiz cada sesta ... daquelas que quando há algo que nos desperta parece que todos os sinos, de todas as catedrais, nos explodem com os ouvidos.
fenomenal.
e quando me aventurava a sentir o calor em cabanas de tavira, digamos que entre as 14 e as 17h, fugia logo para dentro de casa.
treinos:
3ªf, cerca de 30' + 50' de cross training, bicicleta, com o andré (o rodrigo está numa colónia de férias com um amigo, com 9 anos já goza períodos da vida longe dos papás, o que faz bem a todos ;-)
4ªf um treino ligeiro, de 40', pelas 7h da manhã (já com o sol a aquecer ...), lado a lado com a ria formosa - com o cheiro da ria de cabanas e da ribeira do almargem. inenarrável. gostei ainda de constatar que me cruzei com umas 7 pessoas, áquela hora da manhã, a fazer o seu jogging ou caminhada. mais feliz fiquei.
5ªf, novamente pelas 7h da manhã, o treino forte da semana, 1h08', com 46' a ritmo de 5'30''/km. fui pela nacional 125, pois é o único local que tinha marcos quilométricos para me regular (daqueles antigos, marcados de 100 em 100m, uma pérola). correu muito bem. apanhei com alguma fumarada, mas fez-se bem, a estrada tem bermas largas, a malta ia acenando, tudo ok. apenas um encontro imediato com uma cobra, daquelas que andam no meio da vegetação seca e que decidiu chegar-se ao pé da estrada para snifar uns tubos de escape. mas foi pacífico.
6ª f, repeti a 4ªf, mas senti-me mais cansado, naturalmente. na escala de borg teria uma percepção de esforço mais intensa.
domngo, treino "longo", leve, 1h05', senti-me muito bem. há dias assim: parece que as pernas vão sozinhas e nos deixam a cabeça livre para voar. foi fixe, embora com um calor logo pelas 8 da manhã que não deixou nada a desejar aos algarves.
e já vão 3.
abraço
até breve
ab

domingo, 1 de julho de 2007

Semana 2/18

a 2ª semana já foi despachada.
no post anterior mencionei os 3 treinos, de 40', 1h e 40' até sábado.
hoje fiz 1h35'. senti-me bem, embora um pouco cansado do dia de ontem. com tanta actividade em simultâneo, as pernas ressentiram-se. no final do treino estava bem em termos de cardio e respiratórios, mas percebi (quando fiz o checking no google earth) que o ritmo tinha sido para o lentito (mais ou menos 6'30''/km). tudo fixe, estes 1ºs treinos longos servem mesmo para habituar o corpinho e não para ir depressa.
o único incidente foi um abalroamento por uma bicicleta, que felizmente não terminou em atropelamento.
perto da torre de belém, antes da bomba da bp, há uma curva sem qualquer visibilidade, ainda mais agora que está totalmente tapada por causa das obras que aí decorrem.
em pleno passeio deparo com uma bicicleta que vinha a curvar, bem para cima de mim. dei um salto para o lado, consegui agarrar no volante e ajudei o ciclista a não cair.
pediu-me desculpa e lá seguimos. reparei em mais um pormenor: não trazia capacete ;-(.
agora sigo para cabanas de tavira, 1 semanita de férias. bem perto a cidade mais linda do mundo: tavira.


foto (tavira): www.olympia.fortunecity.com




abraço
uma boa semana de treinos.
ab