sábado, 31 de janeiro de 2009

Uma manhã normal

adenda à manhã normal:
pelo meio dia e um quarto, 1 horita saindo de casa, subindo e descendo, descendo e subindo, até à mata de carnaxide. foi bom, novo percurso, estimulante. o corpo começa a responder à continuidade do treino. e tenho que ir treinando subidas e descidas, pois daqui a 2 meses há um desafio intenso - uma novidade que a seu tempo aqui trarei.
cruzei-me com um companheiro na mata de carnaxide de mochila às costas e passo curto e ligeiro - um ultra, estou em querer. vão-se conhecendo.
duche, almoço e 5 estrelas.

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as manhãs normais são um património de que necessitamos.
o amanhecer sem stresses, após poeira ter assentado.
hoje fui cliente do sofá. acordei de madrugada, noite cerrada ainda. assisti ao amanhecer. limpo. orvalhado. gostaria de ter ido fazer companhia ao nuno no seu longão. não é possível. mas tentarei treinar mais ao final da manhã.
até lá, entre farmácias e compras circunstanciais para apoio ao recobro, a quase certeza de que
tudo corre e de que a noite calma foi um bom prenúncio.

as manhãs de sábado são normamente as minhas favoritas. abrem um bom leque de possibilidades. esta teve um sabor especial. "fecha" um mês de janeiro intenso, em todas as águas da minha navegação.

e falta um agradecimento a todos os que de todas as formas me fizeram chegar a sua amizade e a sua solidariedade. esse é, sem sombra de dúvida, o húmus a partir do qual podem florescer as manhãs serenas.

abraço e bom fim de semana.
haja corridas!
ab

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Angústias de pai

acabo de chegar de lá. doi-me tudo. parece que levei uma tareia. a espera atormenta, a falta de controlo sobre a situação.
não é em nada comparável a quando se passa connosco.
aí controlamos como podemos reagir.

a operação não era (felizmente não foi) nada de especial. ao nariz. aos cornetos.
mas o acordar foi violento. estivemos muito tempo a tentar acalmá-lo. sangrava. entrou em pânico por não conseguir respirar pelo nariz.
o reflexo natural era querer assoar-se e mexer no nariz. puro instinto de sobrevivência.
sussurava-lhe ao ouvido, tentando inspirar alguma calma. tinha que o agarrar - com força! para não se magoar, nem na parede, nem nas grades da cama.

quem já assistiu ao despertar de uma anestesia sabe que observamos a natureza humana numa forma próxima do tresloucado, onde os olhos falam por si; parece que vão saltar.
tudo o que nunca mostramos e guardamos cá dentro vem à superfície nestas alturas.

como pai, nada há que me angustie mais do que o sofrimento dos meus filhos.
pelo sentimento de impotência. pela falta de domínio de todos os meios para reduzir esse sofrimento.
a cura também resulta do sofrimento. infelizmente tem que se passar por esse estádio.
mas hoje foi muito duro.
cada um deles já havia sido operado uma vez. sabíamos que o despertar é difícil. hoje, foi-o particularmente.

amanhã será outro dia e já com outra perspectiva. terá alta e estará em casa. começará a recuperação. como força da natureza que é, correrá bem.
e como pais, acreditamos que fizémos o melhor para o ajudar. esgotadas muitas outras abordagens e possibilidades, escolhemos esta.
permaneceremos com a dúvida, mas confiantes de que foi uma boa escolha.

no que depender dos nossos corações e vontade, a partir de agora a saúde melhorará.
acreditamos, porque temos que, e queremos, acreditar que sim!

o amor mostra-se mais forte nos momentos adversos.
é sempre quando sabemos que amamos incomensuravelmente.
amo-os tudo!

ab

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

40 anos --> 40 quilómetros (talvez, talvez ...)

bom!!!
não é todos os anos que se faz 40 anos.
e este é "o" ano!
e ontem surgiu-me do nada, a imagem:
40 anos --> 40 quilómetros (provavelmente não foi do nada e teve uma aragem do fim da europa, quem sabe?).
pois é fiquei a matutar.
e não é que tenho férias no meu dia de anos?
é uma 2ªf, daqui a umas poucas de semanas. março, 16.
já esbocei num papel de rascunho uma ideia - algo parecido com um plano.
só os treinos longos e a evolução gradual, para já. creio que vai dar!
já sinto a adrenalina e o prazer a fluirem nestas veias ainda tão novinhas, dos 39 aninhos :)
ah! jovens, não pensam ...
abraço
ab

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Into the wild



só neste fim de semana vi o filme.
um dos que aponto desde já como marcante.


o livro estava pedido no sapatinho mas acabou por não chegar. um dia destes cruzo-me com ele e lá vai disto - é que nunca deixo de ler um livro que me interessa, mesmo após ver o filme.


livro é livro, tem uma magia própria.

3 notas sobre o filme:
- o caminho tem que estar cá dentro e esse é o guia - o único que vale a pena seguir. com ou sem medos, ou melhor, com mais ou menos medo, mas o único.



- a felicidade depende invariavelmente da partilha. há uma linha a partir da qual ninguém é feliz sózinho.
afinal ... somos animais, diferentes de outros, mas em tantas, tantas coisas, iguais.

- só partindo pode valer a pena.



até breve
ab

domingo, 25 de janeiro de 2009

Grande Prémio do Fim da Europa - em modo treino

saí pelas 8:40h de casa direito a alfragide, via carnaxide. finalmente percebi a enchente na bomba da bp de carnaxide aos domingos e no mac donald’s mesmo ao lado: a reunião dominical dos frequentadores da assembleia das testemunhas de jeová, paredes meias com cervejeira e com a bomba. trajados a rigor, lá iam e vinham a fazer tempo para o início da reunião. chegado à zona dos comandos da amadora/borel entrei no ic19 e tive um verdadeiro passeio até sintra. se fosse sempre assim, seria bastante agradável.

ao som da música do vitorino - tudo (o alentejo, lisboa, o amor) deleitei-me durante todo o trajecto. ouvi o 2º disco – lisboa, com canções como “leitaria garrett”, “flor de jacarandá”, “dia de passeio”, “marcha de alcântara”, “queda do império”. considero sempre maravilhosa a oferta que a vida nos dá de podermos desfrutar, na plenitude, da beleza da arte. é também em momentos destes que sou muito grato.



saí para o ic30 e rapidamente me achei junto ao tribunal de sintra. logo de seguida e rumo à zona da estação onde tinha combinado encontrar-me com o pedro o. buda e com o nuno k. foca, passei pelo museu berardo, centro olga cadaval e pela villa eugénia, uma verdadeiro hino à beleza, com o seu jardim. quando virei para a estação muitos atletas já estavam equipados a rigor em aquecimento, ou ultimavam os preparativos. o ambiente típico e apetecível das corridas de estrada. junto com os meus amigos iniciámos o aquecimento e dirigimo-nos para a linha de partida. eles tinham dorsal, eu não. a ideia era fazer um treino. a estratégia foi definida – eles não iriam fazer a prova toda, a meio da corrida, sensivelmente, voltaríamos para a zona do estacionamento.
muitas caras conhecidas na zona da partida: o tiago (estreante na maratona carlos lopes de 2008 onde o conheci) que lhe apanhou o gosto e já anda nas ultras, a rosa mota – a nossa flor campeã, frágil de aparência e ela mesma uma natureza tão forte, os companheiros de algés/linda-a-velha – paulo e miguel – que vão novamente fazer sevilha, depois de nos conhecermos no porto em 2007, o fernando andrade (que não me conhece mas a quem um dia destes vou dar um bacalhau), a ana pereira, e tantos outros.
passado o aquecimento e de manguinha curta, pois já sentia o quentinho do corpo, lá fomos ao tiro de partida. o vento e o frio rapidamente deram lugar ao suor do esforço em subida. imaginava ao que ia. não sabia que seria tão belo e revigorante. logo no início cumprimentei a ana: que bom ana! o regresso, pelo regresso e pelo sorriso, bonito e a aumentar o sorriso com que sintra nos brinda.

durante os 3 primeiros quilómetros, sempre a subir até ao cruzamento para o palácio e para o castelo dos mouros vivi um momento único, nunca antes experimentado: o silêncio era quase total, apenas a natureza e os passos. os atletas em comunhão partilhavam a dificuldade da empreitada. não eram necessárias palavras, nem sons. a partilha pelo silêncio e pelo esforço em vencer as subidas empurravam-nos a todos.




verde, muito verde, sintra em todo o seu esplendor, inenarrável.
lembrei-me de eça de queirós e "dos maias" (carlos da maia, maria eduarda, joão da ega e raquel cohen, dâmaso, …). a sintra, a bela sintra, paisagem e aconchego de algumas das mais belas letras dos mestres da nossa herança literária.













o ar é tão puro que me questionava porque não podemos viver em locais assim. devia ser um direito universal. passar por ali, em corrida, a andar, em visita, faz gostar ainda mais da vida.
após o cruzamento iniciámos o percurso em alternância, sobe e desce, mas mais em conta. algo igualmente belo foi a variedade de cores da indumentária de inverno, com os equipamentos de cores fluorescentes, alegres, um arco íris em movimento. quilómetro e quilómetro íamos respirando a pureza e desfrutando da vista em tons de verde. o sol ajudava, rompendo e abrilhantando o caminho. o nuno e o pedro mais à frente, eu mais lentinho. após os 7 quilómetros e talvez duzentos metros, resolvemos virar. o trajecto fez-se bem, novamente até ao cruzamento do castelo dos mouros. fui cumprimentando e gracejando com as bocas dos companheiros. novamente a ana com uma expressão sorridente, aparentando que faz isto todos os dias, apesar do recomeço recente. a tarimba, a tarimba :)
quando questionado pelo nuno, anuí em seguirmos pelo castelo dos mouros e pelo palácio. fui praxado. na fábula que gracejámos conjuntamente: o buda (pedro o.), a foca (nuno k.) e o tartatuga (moi-même), a foca praxou o tartaruga :). foi o preço a pagar por temos andado tão lentinhos, eu e o pedro.
ainda apanhámos umas valentes subidas e depois foi o massacre final para as pernocas e para os pezinhos e tendões: a descida a “pique” em calçada.
mas lá fui com os meus companheiros e o nuno redimiu-se, ao mostrar-me a casa onde viveu hans christian andersen em 1866 na sua passagem por portugal. tal como todas as das redondezas, apetece de imediato tratar da papelada para nos mudarmos para ali. paradisíaco.


até ao final tudo normal, com mais um acto sádico da nossa foca mestra: passar por dentro, junto às 2 piriquitas. o cheiro até me incomodou :) tal era a fome.

os turistas já animavam mais as ruas, embora olhassem para nós meio de lado. afinal … que tipos tão estranhos. terminado o treino, após 1h49m e 16,5 km segundo o gps do nuno, o leite com chocolate e a barra restabeleceram-me os níveis mínimos e souberam a caviar. era hora de arrancar para casa.
obrigado nuno e pedro – foi talvez o melhor e o mais bonito treino da minha vida.
ab

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Blog interessante - Matt Fitzgerald

da leitura do livro do dean karnazes "50/50" retirei uma indicação e segui o caminho.
fui dar a este blog, de um dos treinadores referenciados pelo "ultra" e co-autor do livro.

http://mattfitzgerald.org/

gostei. tem artigos bastante interessantes e abrangentes, desde técnica de corrida, ametodologia do treino, a nutrição, etc.

ab

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Chuva saborosa

completamente ensopado.
completamente extraordinário.
o treino de hoje ao final da tarde. 60 minutos. muito bom!

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já não me consegui inscrever no grande prémio do fim da europa.
3ª f de noite já estavam esgotadas as inscrições. não obstante, gostei do site da SportScience.
mas vou fazer um treino, aproveitar a beleza do percurso e estrear-me naquelas bandas.
para o ano espero que oficialmente.
este ano, se tudo correr normalmente, para acompanhar (no evento, não na corrida propriamente dita :) os meus Amigos n. e p.

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ab

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Subidas em dia histórico

os 50 minutos de hoje no jamor, ao final da tarde, tiveram tempo frescote, chuva e algumas subidas. e uma boa onda, muita vontade e motivação. e prazer. fundamental.
talvez a estreia em 2009 possa estar perto ... e com grandes inclinações!!!
:)

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hoje foi mais um dia em que "houve" história.
"yes we can"!
o mundo já mudou com esta mudança.
segue-se a parte mais difícil, manter a dinâmica em coerência com os valores.

creio que sim! acredito.

ab

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nojento

entrava na faixa para as portagens de porto salvo.
vindas da galp duas jovens dentro de um carro, seguiam na mesma direcção.
faço pisca, coloco-me atrás do carro e quando dou por mim recebo no vidro com 2 plásticos de embalagem de maço de cigarros.
pura e simplesmente as moças abriram o maço de tabaco e pimba ... vá de deitar, janela fora, o plástico.

sem mais comentários.
isto não se ensina. ou se aprende, ou então ... não!
que tristeza.
e assim como foi o plástico, para a próxima será o resto da maçã, ou o lenço de assoar, ou a caixa de cartão com o bolo ou a sandes, comprados na estação de serviço.

ab

domingo, 18 de janeiro de 2009

O regresso aos longos

pelas 09h07m37s desta manhã tive a certeza do que correr significa e de quanto quero correr para me sentir bem. quero correr muito - em distância e ao longo da vida, livremente, como hoje.
a manhã começou cedo. 6 horas da manhã. custou a levantar, mas 10 minutos depois já tinha a certeza de que "vale sempre a pena" e de que existe uma recompensa. combinara com o nuno k. em carcavelos para o arranque pelas 07h30m.


a a5 e a marginal pareciam avenidas iluminadas. apenas via os candeeiros, pois o nevoeiro envolvia tudo o resto. chovia, miudinho mas daquela que vai molhando.
estacionado o carro, o nuno chegou de imediato. pontualidade britânica. ligeira preparação e lá avançámos em direcção a cascais. havia movimento já, ou ainda, àquela hora. a temperatura estava amena e pairava bastante humidade no ar. comecei a suar muito pouco tempo depois do arranque. subimos à praia das avencas e chegámos à bafureira.



sentia o meu ritmo ligeiramente acelerado para mim, pela falta de treinos longos. mas lá me aguentei. o nuno é um excelente companheiro, a conversa ia rolando a bom ritmo, tão bom quanto o ritmo do longo, e mal dei por nós, estávamos a entrar no paredão na praia da poça.


confirmámos a beleza do mar revolto, agressivo, inclemente, força bruta e sem subterfúgios. logo em carcavelos, e depois pela parede, s. pedro, s. joão, havíamos sentido a forte natureza ao longo de todo o trajecto. a espuma branca da rebentação fazia um manto que ocupava o que geralmente é areia no verão, fazendo de praia. o mar tinha as barbas de molho, barbas brancas, experientes, inamovíveis.


as ondas embatiam no paredão, chicoteavam e deixavam marca. colhíamos no ar a água da chuva e dos embates contínuos, arrasadores, da rebentação, em cada uma das rochas.
concluído o passeio no paredão voltei para o regresso na 2ª metade, na rua direita em cascais.
obrigado nuno, pelos excelentes 45m30s que me proporcionaste hoje.
à entrada do paredão, no regresso, bebi água na fonte aí colocada. segui apreciando a verdadeira beleza daquele mar. por vezes tinha que me chegar para "terra" para não apanhar uma molha. perto do tamariz ao consultar o relógio não reparei numa enorme poça de água e encharquei os pés. muito, muito desagradável, até porque ainda faltava um bom bocado para terminar. felizmente não houve bolhas.
ainda meti conversa com um pescador que imune à "tempestade" lá tentava a sorte, no meio da chuva e dos seus cigarros, cujo cheiro reconheci a dezenas de metros :(
de regresso à marginal segui no meio da chuva e encharcado pelos carros. em s. pedro ainda pensei em dar um beijo à mãe aniversariante de hoje, mas já não estava em casa. ficou para o almoço em família. na parede cruzei-me com a carmo, uma colega da equipa de natação da abve. as amizades de adolescência que nascem no seio de uma equipa desportiva ficam para a vida. combinámos que se me inscrevesse nos veríamos nos 20 km de cascais.
até carcavelos sempre a descer. no final, 1h37m37s após o início, a chuva aumentou, alonguei já com frio, a arrefecer e a trincar uma barra de chocolate, pois a fome era muita.

foi mais um dia excelente, plenamente aproveitado e o regresso ao longos (este sim, já contou como longo). que bem soube.
isto começa a aquecer.
ab

sábado, 17 de janeiro de 2009

Manhã perfeita

foi a manhã perfeita. deixei o rodrigo no ginásio do cdpa (clube desportivo de paço d'arcos), em paço d'arcos. dispunha de 1 hora e meia antes de seguirmos para a 2ª parte do treino no jamor, na pista de canoagem. aí treinaria eu também.
segui para o forte da giribita ou de nossa senhora de porto salvo, ali mesmo na curva dos pinheiros. estacionei e senti-me reconfortado com o sol a aquecer o carro.

a ideia era aproveitar a hora e meia para concluir a leitura do livro do dean karnazes - 50/50, emprestado pelo meu amigo e guru das corridas nuno k. concluí e foi muito agradável. quem corre revê-se facilmente no espírito do livro. valeu amigo nuno.

o sol radioso reflectia em todo o tejo, de uma margem à outra. cargueiros saiam e entravam a barra. o reflexo era tão intenso, na água, que feria os olhos. muita gente no passeio da marginal, a caminhar, a caminhar passeando os cães, a andar de bicicleta e a correr.
uma rapariga grávida seguia com uma senhora mais velha (mãe?) e acariciava a barriga, à mostra, a apanhar solinho. belo, belo, a mãe natureza permite-nos momentos destes, a vida dentro da vida que a carrega - as duas a desfrutarem de uma bonita manhã de sol, que nos ajuda a renascer por dentro. fiquei grato por poder "estar" ali, a beber o movimento à minha volta.
imagine-se se alguém tivesse a coragem de fechar a marginal para actividades de lazer, aos fins de semana, nem que fosse apenas de manhã - talvez algo próximo de um paraíso.
os corredores, muitos deles caras conhecidas de todos os dias no jamor, seguiam maioritariamente em grupo. apeteceu-me sair do carro e mostrar-lhes o livro que tinha em mãos. certamente sorririram e me convidariam para continuar com eles.
às tantas batem-me no vidro. o fernando, pai da rafaela, colega do rodrigo e do andré na equipa de canoagem, andava de bicicleta entre carcavelos e paço d'arcos, a passear a cadela e a praticar exercício. lá seguiu caminho para o merecido duche, após os 30 quilómetros que habitualmente faz nas suas saídas de bicicleta. iríamos encontrar-nos mais tarde, no final do treino do kayak.
apanhei o rodrigo no final do treino de ginásio e seguimos para o jamor. dez minutos de trajecto, entre paço d'arcos e o estádio nacional. paisagem idílica, sempre com o rio, o céu azul e o sol de janeiro, revigorantes.
a equipa da canoagem tirou umas fotos para uma caderneta de todos os atletas, de todas as modalidades do clube (que ideia tão gira) e eu segui para o meu treino.
hoje apeteceu-me fazer umas rampas. aqueci duante 20 minutos entre a pista de canoagem e pista número 2. atletas "à séria" faziam as suas séries e o seu treino específico. a temperatura estava ideal, cerca de 11 graus. a relva compunha um bonito cenário. dirigi-me para perto do ténis, e aí aproveitei a subida até ao portão acima do bar do ténis. fiz 11 repetições de cerca de 32 a 34 segundos. terminei o treino a trote, cansado mas feliz.
alonguei junto à pista, já com o rodrigo no duche. reencontrei o fernando, que vinha buscar a rafa. que belo aspecto após a sua manhã a bicicletar.
fechei a manhã com o meu próprio duche e com um almoço a quatro.
manhã simples, preenchida, plena.
amanhã há longo (nesta fase ainda semi longo :)
ab

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Vale sempre a pena

o início de noite ideal para correr. a temperatura de cerca de 11 graus. alguma humidade. o piso ainda fofo e molhado.
saí do tagus park atrasado. mais ainda, fila para sair da quinta da fonte e entrar na a5. a hora crítica e aborrecida.
cheguei ao jamor, ao estacionamento da canoagem pelas 18:45m. a ideia era treinar em paralelo com o treino do rodrigo.
mudaça de roupa rápida; comecei pelas 18:51m. ainda me questionara sobre se valeria a pena. vale sempre. mesmo que fossem apenas 20 minutos. saberiam a pouco mas valeriam a pena. é preciso acreditar nisso, sempre, para não ficar em terra.
lá fui correndo no meio dos caminhos escuros, contíguos à pista e circundantes, no complexo do jamor. a iluminação não é um ponto forte, de facto.
o rodrigo dizia-me que terminaria o treino pelas 19h20m.
fiz as contas: 29 minutos e mais uns quantos para ele tomar duche. ainda os alongamentos.
no final bateu certo, foram 40 minutos redondos, com tempo para alongar, feliz, suado, em calção e sweat. os 11 graus pareciam verão naquele instante.

afinal ... vale sempre a pena começar!
no final está reservada a recompensa.

ab

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sintonia

ontem a caminho do trabalho vi um atleta equipado a rigor a fazer o seu treino.
seriam umas 8:30 da manhã, na zona de barcarena.
como quis estar no seu lugar.
o dia estava limpo, o céu azul, a temperatura para o frescote.
mas era ali que eu queria estar.

ab

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dois blogues interessantes

a partir do blogue do prémio RunBlogosfera 2008 visitei 2 blogues que não conhecia:

http://yaraachoa.zip.net/ (da Yara Ôchoa)

e a partir deste cheguei a:
http://ultramaratonistamarciovillar.blogspot.com/ (do Márcio Villar)


os dois blogues são muito interessantes mas chamaram-me particularmente a atenção, neste último, os posts com estes links:

http://ultramaratonistamarciovillar.blogspot.com/2007/12/foto-mais-importante-da-minha-carreira.html

http://ultramaratonistamarciovillar.blogspot.com/2008/02/arrowhead-o-sonho-que-virou-pesadelo.html

é muito curioso verificar que como o limite depende apenas de cada um de nós.
e que muitas vezes há objectivos que fazem perigar a saúde a tal ponto que é importante poder sempre ter um olhar crítico e amigo por perto.
honesto. que traduza a realidade e não a vontade de agradar.
que saiba manter um não quando seria mais fácil a palmada no ombro e ok "vamos em frente". por vezes ter alguém por perto que nos saiba abrir os olhos.

até onde vale a pena ir quando se trata de objectivos que fazem perigar realmente a saúde?

ab

domingo, 11 de janeiro de 2009

Longo (ainda curto) de domingo

a manhã apresentava-se radiosa. vento, bastante, mas com as luvas disfarçava-se bem. saí de casa e meti pela antiga pedreira dos húngaros, na estrada nova, rumo a algés de cima. pouca gente nas ruas. uma primeira constatação: o elevado número de casas à venda, novas, usadas – degradadas e restauradas. bons negócios se farão certamente por esta altura. sempre a descer nem dei pelo esforço até algés. aí chegado foi tempo de meter pelo jardim do palácio dos anjos, rumo à estação.
passado o túnel, eis-me na zona de algés mar. que saudades. já não fazia este percurso há uns meses. calmamente cheguei à torre de belém. na relva duas dezenas de pessoas faziam movimentos talvez de tai chi (a minha ignorância na matéria permite-me estas conjecturas). junto ao rio e em frente ao avião de homenagem a sacadura cabral e a gago coutinho, um café recente, abrigado, tentador, que nunca havia visto. segui pelo trajecto habitual, rumo ao padrão dos descobrimentos. o vento mantinha-se forte, de frente. tempo para verificar o preço dos combustíveis, primeiro na bp (com o desconto de fim de semana está a €0,889) e a seguir na galp (€0,969). mais à frente no clube naval muitos jovens a preparar os barcos para velejar. as condições estariam óptimas, creio.
voltei um pouco antes da estação fluvial de belém, com uma vista bonita sobre a ponte e o cristo rei.

fonte: www.fotografiaexadres.blogspot.com

a 2ª metade com o vento pelas costas foi agradável. a partir desse momento já me ia cruzando com muita gente, a caminhar, de bicicleta e a correr. poucos turistas mas muita cor e uma manhã que se confirmava linda. novamente no túnel de algés uma breve paragem para ler as gordas nos jornais domingueiros. passei novamente pelo palácio dos anjos e pude ver o cartaz que anuncia a exposição de paula rego até 18 de janeiro. não sabia, tentarei passar por lá com a malta.

a partir daí sempre a subir até casa, com os últimos 10 minutos em modo “subida dura” -algumas bem íngremes.
terminei com 1h15m. excelente, exactamente o mesmo tempo nas duas metades do treino. foi suave e soube bem, muito bem. os alongamentos foram já feitos em casa, ao lado da olga, que ainda estava quieta, apesar das minhas provocações. isto de hibernar é uma competência fantástica da minha querida tartaruga. quem me dera :).
resto de bfs
ab

sábado, 10 de janeiro de 2009

Prémio Run Blogosfera 2008

olha que coisa gira:
descobri por mero acaso que o blogue do tartaruga está incluído num vasto conjunto de blogues candidatos a um prémio - o prémio RUN BLOGOSFERA 2008.
estão lá muitos dos blogues que habitualmente visito e muitos outros que terei o prazer de visitar a partir de agora.
já votei na minha preferência (não, não foi no do tartaruga :)

fica um apelo - votem (AQUI).
estas iniciativas têm piada porque nos dão a conhecer blogues a que jamais chegaríamos doutra forma.

OBRIGADO aos mentores do prémio e felicidades.

ab

Porque tudo muda



ontem foi dia de jantarada do gafe. muito agradável, como é habitual. as conversas versaram naturalmente os temas da corrida, com ligeiras incursões nas vidas profissionais, pessoais, no futebol e na política.
reflectindo após o jantar, e curiosamente ou talvez não, sinto o gafe a crescer num sentido de estruturação "competitiva" que não faz o meu género. não me revejo, por várias razões, na actual realidade do grupo.
qualquer estrutura organizativa e social (incluindo assim a dinâmica de grupos como este) passa da génese informal (o melhor exemplo são as empresas que começando com estruturas pequenas e muitas vezes familiares, vão crescendo para níveis de estruturação formal que impõem novas dinâmicas) para um grau mais sofisticado e complexo de relações (formais e informais). o gafe não foi excepção. têm vindo a crescer os desafios, têm vindo a acrescentar-se novas conquistas no grupo. a competição de cada um consigo mesmo tem sido adaptada às necessidades de cada um e os novos patamares vão-se sucedendo.
mas … e este é um “mas” meramente subjectivo (não o são todos?) e de opinião pessoal, cada vez menos se fala e se partilha o prazer de correr. fala-se dos treinos duros, das séries, do ritmo por quilómetro, dos novos objectivos, das próximas maratonas e vai minguando a temática sobre a plataforma que juntou um grupo de conhecidos que se tornaram amigos: o prazer de correr e de correr em conjunto.
o prazer agora vai estando mais ligado às maratonas, ao próximo objectivo competitivo, aos planos de organização da próxima deslocação, à superação do melhor tempo. perfeitamente legítimos, atenção. provavelmente este meu sentimento é devido à minha esfera de motivações não andar propriamente à volta das maratonas. e devido ao meu conceito de superação na corrida não ter muito a ver com os “melhores tempos”. tem mais a ver com processo e com o caminho, do que com o resultado final. idiossincrasias.
o jantar de ontem, para além de agradável enquanto evento de convívio, teve o condão de mais uma vez me levar a pensar sobre porque corro. e hoje de manhã, durante e após os 45 minutos sob um sol agradável e confortante, mais uma vez o soube: o meu prazer na corrida não decorre de qualquer motivo competitivo. é claro que há ciclos em que desejamos chegar mais longe. mas a corrida é um meio para me dar liberdade e controlo. para me permitir pensar a sós, naqueles momentos só meus. por isso gosto de correr sozinho. a minha motivação não decorre de qualquer motivo externo. é puramente interior. talvez seja essa a razão pela qual me começo a sentir deslocado no grupo, não das pessoas individualmente, mas do grupo enquanto dinâmica e filosofia - enquanto forma de estar na corrida.
tudo tem um início e um final. não sei se estou num final. mas tenho uma opinião: cada vez menos me revejo na forma de partilha que actualmente existe -não se partilha o prazer de correr. por isso me sinto deslocado. por isso mesmo o jantar de ontem foi importante. para me permitir reflectir: já fomos um “bloco”, onde havia alguma comunhão com a corrida por pano de fundo. hoje em dia somos vários blocos, várias realidades. não creio que haja um prazer conjunto, efectivamente partilhado, como já houve. nostalgia? talvez. resistência às mudanças? talvez sim, ou … talvez não.
pelo menos, reflexão sobre para que me serve a corrida. e a certeza de que me serve, não para correr maratonas, meias, 15 ou 10 quilómetros, mas para me ir encontrando comigo, sempre que o consigo. se o custo é não estar no espírito competitivo do grupo, seja; coerente, tentarei alimentar este espaço de amizade e procurarei outro para a minha corrida. porque também acredito que há diferenças em que não vale a pena insistir. há isso sim que respeitar essas diferenças, bem como as diferenças de personalidade e de motivações, e as diferentes dinâmicas que entretanto se vão criando. lá diz o velho ditado, e os velhos ditados têm o condão de conter toda a sabedoria acumulada milenarmente pela experiência: “quem está mal que se mude …”.
quando o prazer de nos juntarmos ao domingo regressar ao "estarmos juntos" e não ao "fazer mais um treino para a maratona x", talvez volte a sentir alguma comunhão com o espírito em que foi criado o grupo. até lá continuarei, saudavelmente, a correr, e a ir aos jantares, pois esses momentos não têm retorno e nunca se devem perder. são ricos.
um abraço a todos os gafistas e um sentido obrigado pelo que me dão e pelo que me fazem reflectir.
ab

Livros (curiosidades)

chamaram-me a atenção:

- Transa Atlântica

Mónica Marques (blogue da autora em http://sushileblon2.blogspot.com/)

(soube do livro a partir de http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/)

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- What I Talk About When I Talk About Running

Haruki Murakami

http://www.amazon.com/What-Talk-About-When-Running/dp/0307269191/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1231583550&sr=1-1

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- Running Through the Wall: Personal Encounters with the Ultramarathon

Neal Jamison

http://www.amazon.com/gp/product/1891369377/ref=s9sdps_c1_14_at3-rfc_g1_si1?pf_rd_m=ATVPDKIKX0DER&pf_rd_s=center-1&pf_rd_r=17YGB9PXB9B989NMNJTX&pf_rd_t=101&pf_rd_p=463383351&pf_rd_i=507846

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- The Extra Mile: One Woman's Personal Journey to Ultrarunning Greatness

Pam Reed

http://www.amazon.com/gp/product/1594867305/ref=s9sims_c1_14_at1-rfc_g1_si2?pf_rd_m=ATVPDKIKX0DER&pf_rd_s=center-1&pf_rd_r=1QZWVV9TRH6SHZPGKY3B&pf_rd_t=101&pf_rd_p=463383351&pf_rd_i=507846

ab

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

No céu ...

com o treino de hoje. 55 minutos. os novos meninos são um espanto, os pézinhos correram sobre nenúfares. o sérgio marques (e também aqui) abrandou e conversámos durante um momento, também ele a regressar aos treinos em força (noutro ritmo, é claro :-)

curioso: até aqui eu calçava sempre o 42,5 da asics, porque nunca havia um 42 redondo. desta feita teve que ser 42 redondo, porque não havia do outro e assenta que nem uma luva. afinal andava com folga :)
(ou como 1/2 número pode fazer a diferença).

correr é uma festa. este é um mundo bom, muito bom.
e é muito bom cruzar-me com os companheiros atletas e sentir que são cada vez mais.
e sentir a comunhão, nos dias de inverno que incentivam ao sofá e à manta.

abraço
amanhã é dia de jantar do gafe. espectáculo.
ab

Normalidade precisa-se

ouço-o em todos o lado. aliás, ouvimos todos. está frio, muito frio, cuidado, ai ai ai ai ...
porra é tudo esquizofénico ou quê?
o frio que está é mais que normal nesta época do ano! nem mais nem menos do que no ano passado, no outro e no outro e nos outros todos passados.
acho que a malta encontra sempre matéria para se desviar do essencial. de momento são o frio e a crise que servem de mote a qualquer conversa. calha vamos inaugurar outra moda nova em portugal, mais uma das nossas manias originais - queremos ter verão todo o ano!

valha-nos qualquer coisinha.
como se em portugal estivesse muito frio: haviam de sentir o frio a sério. e digo-o à vontade porque efectivamente nunca o senti!

bom, equanto o portugal radiofónico, televisivo, novelista, jornalistico, se queixa, lá vou eu correndo ao final da tarde e o rodrigo fazendo o seu kayak polo e canoagem nas águas gélidas do jamor, também ao final da tarde. assim sempre aquecemos mais do que estando parados.

vou voltar ao oscar wilde e ao "o retrato de dorian gray", que sempre ajudam a esquecer que não está assim tanto frio.

ab

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Uma pitada de sal

no treino de hoje: 8x1 minuto a acelerar para mexer aqui com os pernis.
soube bem esticar o corpinho.
50 minutos com alguma variação de ritmos, sabe bem. nem se sentiu o final da tarde.

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esta semana está a ser possível: estar com as crianças à hora do lanche, em casa. que saudades do período da tarde em que terminada a escola, era hora do lanche, antes dos treinos. o cheiro da casa, acolhdor nos dias frios do inverno. o conceito de habitat é de facto muito forte.
nestes dias invernosos a rotina mantém-se como há umas décadas, comigo.

devia ser obrigatório todos podermos ter direito a uma ou duas tardes por semana para chegar a casa mais cedo e desfrutar do final da tarde.
é pena só ser possível em férias.

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ab

Juliana

hoje almocei com a juliana. ou melhor, almocei a juliana.
estava quentinha e até tinha uns grãos, para dar mais consistência à substância.
nada como uma bela duma sopa, quentinha, para aquecer a alma.
e sopa robusta, nada de caldos, que fazem mal à garganta.
obrigado juliana e a quem te fez.
ab

Meninos novos para os pézinhos

chamam-se:
asics gt-2130 e são em cor azul (lightning/lightning/identity blue, para ser mais preciso).


quando fiz as contas aos quilómetros dos "actuais" gt 2120, acabei convencido:
apesar de ter sido um ano de 2008 com "não tantas corridas como desejava", já estamos na zona acima dos 800 km. é tempo de dar a vez aos próximos.

que tenham muitos e bons quilómetros pela frente.
farei o possível por isso.
ab

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Férias ou outro um outro olhar

isto de estar esta semanita de férias tem muito que se lhe diga, e logo nesta altura. conseguem ver-se coisas que nos escapam normalmente.
vejamos:
- para aproveitar os saldecos lá me dirigi ao centro comercial allegro, logo ali a 2 passos da escola do andré. comecei por levar um banho pois, pelas 9h da matina, apenas o junbo está aberto. lá segui para a zona dos livros para exercitar as leituras rápidas durante 1h.
- pelas 10h, hora a que supostamente as lojas devem abrir, comecei logo a ficar com os humores trocados. se é para abrir às 10h, é mesmo às 10h. mas não! a malta lá ia chegando às lojas, calmamente e permitam-me - com as trombas de uma 3ªf de manhã em que trabalhar era a última coisa que se devia fazer - portas meio abertas (ou meio fechadas, neste caso); só passados 5 ou 10m das 10h é que comecei a entrar em lojas.
- para quem como eu abomina (talvez haja uma expressão que traduza melhor o quanto detesto andar nas compras) andar a entrar e sair de lojas para comprar roupa, mas que não tem outra hipótese pois não deixo ninguém comprar a minha roupa (sou eu e só eu que escolho, ponto final), lá fiz uma ronda rápida pelas camisas, calças e gravatas. nada de especial a registar, até estão com uns bons preços, descontos consideráveis e ainda agora começámos. no final de fevereiro, altura em que termina a época saldística, suponho que quase que darão alguns produtos para escoarem. a dita crise e os seus efeitos. em 2009 ou muito me engano ou vamos andar sempre entre saldos e promoções, ou liquidações de época, e as épocas vão-se confundir com os meses ou com as quinzenas.
- valeu-me a fnac para ainda ler mais um pouco, sentar e comprar 2 livritos.
- finalmente o "must" que não consigo compreender: na bomba de gasolina do jumbo, perto do media market, fila logo a partir das 9h, ou antes claro está. pelas minhas contas teria aí 15 minutos de fila. quando regressei a casa, 2 horas depois, a fila já contornava a rotunda, cifrando-se, segundo os meus cálculos, nos 25 a 30 minutos de espera. o que faz esta malta ali àquela hora? como é possível haver fila de 30 minutos para colocar gasóleo a 0,844€, durante o dia inteiro a partir das 10 da manhã? que ocupação terá esta gente? não digo isto em sentido crítico, é uma constatação e como sou curioso, gostava efectivamente de saber. porque ao fim de semana percebo, manhã cedo ou ao final da tarde, entendo, agora durante um dia normal semana, a estas horas e de forma contínua ...

até breve, abraço
ab

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Acabo de chegar ...

do treininho de 1h.
foi fantástico. frio, noite cerrada. mas terminei suadinho, bem disposto. cruzei-me com malta conhecida, o joão, a carla,o vítor, faltou apenas a didi ...
o pessoal da canoagem em treino de alto rendimento, sempre a puxar.
ambiente apetecível no jamor.
terra fofinha, ainda humedecida pelas chuvas recentes, do melhor.

o que mais custou pós treino: o duche!
pois é, curiosamente ... esqueci-me da nike pro, e os belos dos mamilos foram raspando, raspando e o duche doeu, ó se doeu.
mas já passou. fresquinho como uma alface, vamos à janta.

ab

domingo, 4 de janeiro de 2009

Meditar na praia

era agosto. prometera ao rodrigo que íamos atravessar a nado a barra de cacela.
seguimos a pé desde cabanas, pela ilha. o passeio durou 1h20m no total, uma boa caminhada que o deixou de rastos ;-)
a façanha foi cumprida e nadámos os 25 metros a que se reduz a barra actualmente, para o lado de cacela e de volta para a ilha de cabanas.
quando iniciámos o retorno, um homem realizava exercícios ou movimentos, completamente concentrado, de uma arte marcial ou de génese oriental.


www.ego.globo.com

passámos muito perto mas creio que nem nos sentiu. encontrava-se completamente absorvido. estaria, creio, num estado de meditação e focalização absolutas.

www.vilaequilibrio.vilamulher.com.br


há pouco estávamos a tomar um chá. ambiente sereno, calmante. "retirei-me" mentalmente da mesa, durante instantes, e revivi essa manhã de agosto.

fascina-me sempre quem consegue chegar a esse estádio de auto-controlo e de liberdade ou de libertação.

um objectivo que persigo. tentarei. tentarei.

ab

sábado, 3 de janeiro de 2009

2º treino de 2009

deixei o rodrigo no ginásio do clube desportivo de paço d'arcos, para a 1ª parte do treino matinal de hoje. eram 9:30h de uma manhã promissora. o sol despontava, por entre muitas nuvens. mas iluminava e o dia estava bonito. resolvi experimentar as obras do passeio marítimo até à praia de paço d'arcos.

fonte: http://www.panoramio.com/

desci até à praia e eis que me deparo com o cheiro, ainda, a alcatrão fresco. cheio de covas e areia e todo molhado, mas estava lá impressa uma de mão, sem dúvida. com o tejo por companheiro, correr com, e não contra o tejo, é sempre um enorme prazer. rumei a santo amaro.
o bugio estava perto, quase à mão. o mar agitava-se, qual cavalo em manifestação enérgica.


incrível é descobrir as casas e os postos de observação militar que não se conseguem ver da marginal. morar ali deve ser um misto de belo com assutador, afinal tão perto e à mercê do paradisíaco ou inclemente mar.

após alguns metros, entrei na 2ª parte das obras, agora com terra batida e pedra. muito agradável. ainda pouca gente, mas já uma cara ou outra a caminhar, e dois ciclistas com aquela mania irritante dos ciclistas de nunca apitarem e aparecerem a pregarem-me uns verdadeiros cagaços.
passadas mais umas centenas de metros chego ao saisa e à praia de santo amaro. aí já muita gente corria e caminhava (poucas ou nenhuma bicicleta :) e o vento ligeiro ajudava a arejar pois o tempo estava húmido e com o passar dos metros já eu suava a bom suar.
dois surfistas aproveitavam as ondas numa das melhores direitas da linha. o mar era só deles.
rapidamente cheguei ao inatel e invadiu-me o cheiro a polvo seco. pelos menos assim associei, dado que me é sempre agradável, pois é um petisco que prezo.

a piscina do inatel estava esquelética, com água a meio e desnudava-se perante os mirones. ainda segui até à marina de oeiras, perto da piscina atlântica, e quando virei estava na passadeira de madeira, perto da zona dos restaurantes, com os muitos barcos de recreio ancorados a ondularem suavemente. olhei acima e do outro lado da marginal os prédios do alto da barra, com as suas varandas e vistas sobre o mar.

o regresso foi normal, idêntico, com a graça de perto da praia de paço d'arcos, a 5 minutos do final do treino, ter caído uma bátega de água que me alagou todinho. não pude deixar de sorrir. 2 treinos, 2 encharcadelas mesmo no final do treino.
sabe sempre muito bem.
terminei com 46 minutos. um excelente treino, um excelente início de ano. grão a grão, metro a metro, hei-de seguir nesta rota agradável.
bom fds. até breve
ab

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Actual

Não sei quantos éramos à espera
do General no Largo da Portagem
naquele dia trinta e um de maio de
mil novecentos e cinquenta e oito.
E de repente o General chegou.
Agitava muito os braços e sorria
a multidão corria enlouquecida
ele passou junto de mim e eu vi um homem
erguia ao alto o filho e soluçava
«Meu General salva o meu filho dos tiranos.»

E as polícias as cargas a primeira ferida.

Eu oiço ainda ouvirei sempre apesar dos anos
essas palavras que mudaram a minha vida.


Manuel Alegre
Coimbra nunca vista - 1995
"O DIA EM QUE DELGADO ENTROU EM COIMBRA"

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

1º treino 2009

a manhã acordou lavada apesar de cinzenta. a "força" empurrava-me para a rua. ainda sentia a réstea do nevoeiro que vi pela 1 da manhã, envolvendo os prédios e o pequeno jardim no início da praceta. estava quente. pelo menos assim o sentia, tal era a energia para ir correr.
equipei-me: a camisola vermelha da corrida do tejo, calções pretos, meias pretas, as sapatilhas asics com um ano de vida e ainda alguns quilómetros por fazer - sinal do pouco que corri em 2008.
saí do prédio e o cardio nem precisava de aquecimento para registar as primeiras batidas. estava quente.
iniciei a corrida e rumei a algés de cima. as ruas estavam quase desertas mas ainda me cruzei com pessoas a passear os cães e com vários carros. riam, ou comigo, ou de mim, talvez pela manga curta em contraste com toda a roupa que traziam vestida.
sentia-me naquele instante o ser mais feliz do universo.
ao dirigir-me para a zona do holmes place abre-se-me o tejo. é maravilhoso ver uma realidade de forma sempre diferente, em momentos diferentes. olhei-o de novos ângulos, vi o circo junto ao passeio marítimo de algés, a trafaria afinal ali tão perto, a ponte e a barra.
a serenidade mandava naquele instante.
algumas janelas abriam-se e mostravam pessoas recém acordadas a espreitar o dia.
a energia e a felicidade motivavam-me a cumprimentar todos com quem me cruzava: quem passeava os cães, automobilistas, inquilinos.
na zona do holmes place coabitam casa velhas em degradação (vivendas lindas mas a necessitar de cuidado, carinho e vida) com prédios recentes.
uma constante: muitas placas a anunciar a venda das casas, novas e usadas (meu juízo de valor = nas casas usadas e naquela zona, infelizmente talvez alguns passos maiores do que as pernas).
virei para o alto de santa catarina, passei pela lavagem do elefante e segui pelos bombeiros de linda-a-velha, numa subida estrondosa - simbolicamente quis fazê-la para iniciar o ano já em superação :)
as ruas continuavam quase desertas. um espanto. eram minhas. o lixo acumulava-se nos e fora dos caixotes, quer nos tradicionais, quer nos eco-pontos. típico no dia após as festividades.
no canto da bica, um dos cafés daquela zona, tomavam-se os primeiros cafés de 2009 e iniciavam-se as primeiras discussões entre avó, filha e neta, à entrada.
rumei a casa, passando ainda pelo liceu de linda-a-velha. começou a chover e aí ... a perfeição chegou. como adoro correr à chuva, nada podia ter terminado da melhor forma.
terminei com quarenta minutos. ainda dei uma caminhada pela praceta para gozar a chuva, o silêncio, a posse daquele território naquele instante - ninguém na rua.
entrei em casa e para terminar a perfeição daquele início de manhã beijei todos os meus amores, que montavam um armário felizes da vida - ainda mais sem mim que não tenho jeiteira nenhuma para tarefas semelhantes e só atrapalho :)

que 2009 tenha muitas e boas corridas.
abraço
ab