quinta-feira, 8 de maio de 2008

O peso do bem estar

já andava para escrever sobre o assunto há uns tempos e hoje vi um post do pedro a. aqui e cá vai.

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falemos de peso e de como mudei a minha vida (neste e noutros aspectos que foram a cereja no topo do bolo).
janeiro de 2003, saído da época natalícia: pesava cerca de, ou mais, de 82 kg, para 172 cm.
mais do que o peso, mais do que a gordura, sentia-me mal. sentia-me inchado, amorfo, inerte.
fumava 4 a 5 cigarros por dia. praticava natação 3x semana - não o suficiente para deitar o cigarro fora. fazia exercício mas per si não estava a ser suficiente para perder peso e para deixar de fumar.
e chegou a decisão. de dentro. da necessidade e do grito do corpo. CHEGA!
fumar nunca mais (esta foi a parte fácil, creio que nunca cheguei a ser dependente). e a meta: reduzir o peso, sentir-me melhor.
a partir daí tentei pensar mais racionalmente. precisava de beber água, muito mais do que bebia, aumentar as verduras, reduzir as gorduras. curiosamente não estabeleci um plano rígido. propus-me reduzir o peso por fases. em 1º lugar desejava chegar aos 74 kg.
passei a ingerir 1,5l de água. suprimi os doces durante uns meses, bem como tudo o que era frito. esforcei-me por reduzir a quantidade de comida. sobretudo aquela parcela proveniente da gula. aumentei igualmente o número de pequenas refeições por dia. passaram janeiro, fevereiro, março. apenas me pesava semanalmente. mais do que os quilos, ia notando o aumento do bem estar. atento, comecei a perceber que a coisa estava a resultar por alturas de abril.
gradual e vagarosamente já tinha perdido cerca de 6 quilos. persisti em não ficar obcecado com qualquer meta muito mais além. o corpo havia adoptado uma nova forma de relacionamento com o mundo. mantive exactamente a mesma actividade física, "apenas" a natação, 3x por semana.
os meses sucediam-se. chegaram as férias de verão. quase no final desse período fui a uma farmácia e pesei-me (confesso que nunca confiei muito nas balanças de casa, pareciam-me sempre mal calibradas e apenas serviam como termo de comparação de semana para semana). era uma daquela balanças antigas, com pesos. para mim significava que era das precisas.
descalcei os chinelos veraneantes, de calção e t-shirt o desvio não seria muito.
final de agosto: o peso era de 69 kg. supresa das surpresas. havia superado largamente a meta inicial. em 8 meses, de forma graudal, natural e muito importante: sem prescindir verdadeiramnte de nenhum dos componentes da alimentação que muito prazer me dão, tinha feito um caminho lento, suave, de aprendizagem. mais do que a perda de peso, aprendera a ouvir o corpo, a equilibrar refeições e estados "estomacais", a compensar alguma refeição mais farta com outra regeneradora. nunca deixei de comer nada do que gosto, incluindo doces. passados os 1ºs meses voltei a introduzir os doces e a fazer algumas asneiras.
adoro comer. só que desde há 5 anos, sei comer. e o "corpo" aprendeu a gerir os equilíbrios.
o segredo: bom senso, paciência, crença de que mais tarde ou mais cedo o resultado chega.

curiosamente, nos períodos em que treino mais intensamente ando sempre mais descontrolado. como mais porcarias, pois sinto-me mais à vontade e o bem estar mantém-se.
assim que reduzo a carga, ouço novamente o corpo e equilibro o consumo.

o segredo: mais do que o peso, é preciso perceber quando e de que forma nos sentimos bem. a escala parte sempre de dentro.

abraço
ab

1 comentário:

Pedro Alves disse...

Olá,

São contas fáceis de fazer 1g de hidratos de carbono = 4 Kcal; 1g de Proteina = 4 Kcal; 1g de gordura 9 Kcal.
O problema que esta coisa de contar calorias não resolve o problema dos nutrientes adicionais que precisamos para correr, pedalar ou simplesmente para viver com qualidade de vida...
Se fosse nos EUA escrevias um livro "De fumador a Maratonista" e ainda arrranjavas um complemento para a reforma....

Boas Corridas