domingo, 1 de março de 2009

3 horas ou ... o tempo é diferente nos trilhos?

- acorda!
- não me apetece, ainda ontem fiz 1 hora de subidas e descidas, estou cansado … esta semana já fiz 4 treinos, 2 dos quais na montanha russa do sobe e desce. sinto-me maçado.
- acorda! acorda!
- já disse que não me apetece. que horas são?
- seis e trinta. o treino tem que começar pelas sete e trinta. vá acorda! rápido!
- mas já disse, p…a, não me apetece! especialmente hoje. já fiz os treinos todos da semana, 4, para ser mais preciso. já chega!
- acorda pá! deixa-te de tretas. és um homem ou és um rato? (nota: naturalmente, sem querer atingir a honra dos ratos, que têm tanto direito a viver neste universo como qualquer um de nós e têm o seu papel no todo)

fonte: http://www.amigosdomario.com.br/


- olha, neste momento nem uma coisa, nem outra. talvez seja mesmo uma tartaruga em hibernação tardia.
- acorda pá. é a última vez que te aviso! tens que correr 3 horas, hoje, agora. olha, a foca está de repouso, depois de ter andado a dançar as sevilhanas, o buda vem relaxadinho das suas viagens espirituais; vão dar-te cabo da cabeça nos trilhos do pastor, caso não treines como deve ser. vá, não tens desculpa, acorda, rápidoooooooooooooooooooooooooooo!

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esta semana teve 5 treinos (graças à voz interior, madrugadora, que hoje me tirou da caminha), este fim de semana teve 2 treinos num total de 4 horas. devem ter sido quase 40 km, em sobe e desce permanente. hoje foi o circuito já habitual, saída de casa (pelas 8 horas :), subida para o monsanto, em tudo semelhante aos treinos longos de há 15 dias e 1 mês.

as principais diferenças: das 3 horas, uma hora e quarenta foram passadas em trilho, sobe e desce permanente, entre o arvoredo e o ar mesmo puro.

uma constatação: o tempo nos trilhos flui de forma diferente, mais pausada, pois os barulhos da natureza, dos animais que por detrás do verde nos acompanham, passo-a-passo, fazem-nos retornar a uma calma primitiva, a uma quase ausência da necessidade de registar o tempo. o que uma desvantagem, pois a partir da 1h30m “as pernas” foram acumulando a fadiga desta semana volumosa e o “tempo” nunca mais passava :)


a volta em monsanto foi bonita, o trilho estava fofo da chuva nocturna e da orvalhada matinal. foi um treino importante, muito sobe e desce, subidas difíceis, descidas por vezes íngremes, sem tempo para frenar o peso do corpo; mentalmente tinha que ser - agora sim! a 1 mês de distância já estou mais próximo de fazer os trilhos do pastor com alguma segurança e mais confiante.

a corrida da árvore em monsanto ia dando sinais, com a colocação dos abastecimentos, com as placas a assinalar os quilómetros, com a polícia estrategicamente colocada a mandar inverter o tráfego que afluía a monsanto.
cruzei-me com alguns corredores que ora aqueciam, ora treinavam à parte da corrida da árvore. cruzei-me com muitos, mesmo muitos, ciclistas. e hoje até foram todos bastante simpáticos, retribuindo sempre os cumprimentos e os acenos (por vezes eram grunhidos da minha parte, em função da inclinação da subida :). é que os ciclistas são uma “raça” onde há alguns cromos, aliás como em qualquer raça – incluindo a dos corredores – que nem se dão ao trabalho de cumprimentar quem passa, e por vezes também se esquecem de apitar para assinalar a sua presença (pedro a., vá, podes bater à vontade que posso provar o que digo – só precisas fazer um treino comigo :)))
tudo estava perfeito, não fosse o erro de principiante, primário e básico. não levei água. levei 2 gels da decathlon, de maçã – bastante saborosos, e contei com o ovo no bumbum da galinha: contava beber, ou nas torneiras para lavagem das bicicletas, ou em alguma das fontes em monsanto.
acontece que, manifestamente por actos de vândalos, as torneiras estavam partidas e as fontes nem dispositivo tinham para accionar água. moral da história: fui andando e ao fim de 2 horas e trinta minutos parei na bomba da bp no restelo e lá consegui matar a sede. muito tempo depois do que devia. é que nos trilhos o cinto com as “granadas” de líquidos não deixa de causar desconforto. e ainda não descobri uma loja onde possa adquirir aqueles recipientes que se prendem à mão – tipo os que os ultramaratonistas usam.

o casal que enchia os pneus e que regularizava os níveis da água e do óleo do carro olhou para mim e para o meu estado como se um alienígena tivesse aterrado no restelo.
fica uma imagem da bomba de gasolina do restelo na manhã de hoje.

fonte: www.reflexoesexteriores.blogspot.com

o treino terminou a subir, como é hábito, até à “minha” praceta. a provação final, a subida a pique durante uns 750 metros. final não, porque ainda subi 3 andares de degraus, fiel à minha resolução de evitar os elevadores. e pronto. está feito. ninguém mo tira.


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a voz interior, impulsionadora do acordar madrugador, ainda me permitiu desfrutar de algo muito rico: o rodrigo recomendou-me um livro que acabou de ler ontem - leitor compulsivo como eu, logo mo entregou para o “devorar”.
chama-se “vovô tsongonhana”, da autoria de augusto carlos, escritor moçambicano.
estou a adorar. comecei hoje de manhã, enquanto aguardava uns minutos, para que o pequeno almoço assentasse. tem a magia da escrita africana, que com a sua simplicidade e intensidade, nos transporta sempre para o que é importante e para um imaginário assente sobre a terra forte das mãos africanas.

ab

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo
grande treino e grande semana, o "tartaruga" voltou em força.
Continuação de boas corridas e boas leituras.
Abraço,
António

Nuno Cabeça disse...

ideias:

1ª http://maratona.blogs.sapo.pt/13957.html

2ª http://www.raidlight.com/boutique/fiche_produit.cfm?ref=6SAC015&type=68&code_lg=lg_fr&num=0

Abraços

;)