está a ser uma excelente leitura.
muito, muito bom.
textos sobre, e entrevistas com, ultramaratonistas. mais e menos reputados.
mas nas ultra maratonas isso não interessa nada.
curiosos são os traços comuns entre todos, e que contribuem para a realização de terminar uma ultra:
- planear ...
até ao mais ínfimo pormenor, todos os detalhes. nada de surpresas é a orientação estratégica antes, durante e após a corrida.
uma ultra já tem surpresas suficientes e um contexto adverso, na sua génese e por natureza.
- concretizar ...
e persistir, sempre em frente, mesmo nos momentos mais adversos. apesar das muitas dúvidas, do medo, da ansiedade, dos buracos negros antes e durante as corridas, todos, sem excepção, foram buscar ao seu fundo mais escondido a coragem e a energia para manter a mente focalizada no objectivo final. e esse é o guia de todos, sem desvios e sem diferenças, nesse particular.
- avaliar ...
para concluir uma ultra o trabalho em equipa é fundamental. a avaliação ao longo de toda a duração do evento (e claro, de toda a preparação) decorre da troca de informação e de experiência com a "equipa".
por outro lado a motivação dos ultras é algo que vai mudando ao longo da corrida/prova. há uma avaliação permanente dos elementos do contexto/envolvente e dos elementos internos do "ultra", de forma a afinar os seus objectivos com as suas capacidades em cada momento.
- alinhavar/corrigir ...
o próprio objectivo final vai sendo reajustado, muitas vezes com um desvio padrão de "horas" pois numa prova de 100 milhas, por exemplo, umas quantas horas são "peanuts".
e nas ultras há algo de inadiável: sempre que surge um problema (bolha, ferida, traumatismo, ...) tem que ser resolvido de imediato.
nada pode ser diferido, sob pena de agravamento sério e deterioração da performance e, quiçá, das hipóteses de terminar o evento.
a acção "correctiva" para resolver o problema tem que ser imediata, para ir de encontro à fonte. e só assim se pode prevenir a sua recorrência.
fica-me uma pergunta:
depois de reler, não são estes 4 pontos adequados para aplicar na vida, no dia-a-dia e na própria actividade profissional?
talvez não haja assim tantas diferenças entre o que é importante e comum, nos nossos papéis de cidadãos, profissionais e atletas.
ab
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