quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cidadania de bicicleta

recebi um mail de um amigo que é um verdadeiro defensor do ambiente e da saúde.
e é daqueles que dá o exemplo praticando. já o vi chegar e partir de bibicleta, ao e do, local de trabalho.
fica o mail que fala por si. OBRIGADO César, pelo exemplo e pela motivação.

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A bicicleta é ainda encarada em Portugal como um artigo de diversão/lazer, mas isso está a mudar... Passa este e-mail a todos os teus contactos e contribui para passar alguma informação útil para a sociedade e planeta! Alguns factos:

1 - É possível a deslocação de bicicleta dentro dos centros da cidade com uma velocidade média semelhante à dos automóveis.De facto, como de bicicleta se pode optar por trajectos mais simples, ora escolhendo atravessar numa passadeira, ora partilhando um passeio mais largo, o tempo médio de deslocação no determinado percurso citadino é bastante aproximado ao dos automóveis.

2 - O uso da bicicleta pode ser partilhado com o uso de transportes públicos.Commuting é o termo (http://en.wikipedia.org/wiki/Commuting). Um grande número de utilizadores de bicicletas usam-na apenas em parte do seu trajecto diário.Por exemplo, a CP, permite o transporte de bicicletas sem restrições nas carruagens assinaladas, em todos os seu comboios.Existem inúmeros modelos de bicicletas desdobráveis - podem até ensacadas - e serem transportadas para o interior de edifícios sem que ninguém dê por elas.Esta opção poderá poupar largos minutos em determinados troços mal servidos por transportes públicos ou com trânsito demasiado lento.

3 - Apesar das reacções iniciais de colegas ou amigos, quem utiliza a bicicleta como meio de transporte é admirado e invejado pelos mesmos e muitas vezes consegue motivar outros a fazer o mesmo.

4 - Cada um de nós pode sugerir à Entidade Patronal algumas adaptações e melhores condições para poder levar a bicicleta para o trabalho.Muitas Entidades Patronais estão hoje sensibilizadas para este tipo de causas (condições de trabalho, satisfação dos trabalhadores, ecologia, optimização de espaço de estacionamento, etc) e muitas vezes os investimentos não são muito grandes. Se não se sugerir nunca saberemos como reagirão!

5 - Muitas cidades europeias estão a ser adaptadas para promover a utilização de bicicletas diariamente (Ex: Londres, Paris, etc).Em Lisboa foram aprovados vário projectos no Orçamento Participativo que visam este objectivo.

6 - Em Lisboa (e em outras cidades portuguesas) o número de utilizadores diário de bicicletas tem aumentado muito. Não há números oficiais mas os ciclistas já não passam despercebidos!

7 - Em Copenhaga, Dinamarca, 60% das pessoas deslocam-se de bicicleta e apenas 5% de automóvel18% utilizam bicicleta e um meio de transporte público e 14% utilizam apenas transporte público.(Vejam como é o trânsito nesta cidade: http://www.copenhagencyclechic.com/)

8 - Os benefícios de saúde são incalculáveis e há estudos que relacionam a actividade física moderada (como andar, pedalar, etc) com a obesidade e saúde em geral, como é lógico!!!

9 - Os transportes terrestres são responsáveis por quase metade das emissões de CO2 para a atmosfera.1,5 é o número médio de ocupantes de um automóvel particular que circula nas nossas estradas.

10 - O tipo de roupa e a transpiração (e as subidas) são um dos grandes argumentos para a não utilização da bicicleta.O ideal é ter um balneário no local de trabalho, mas a bicicleta pode ser conduzida de diferentes estilos e velocidades e a prática aumenta a forma física e diminui o esforço necessário. As subidas podem ser contornadas por trajectos alternativos menos acentuados ou até conduzindo a bicicleta à mão.

11 - Existem no mercado vários modelos de bicicletas híbridas que possuem um motor eléctrico auxiliar que complementa a força feita nos pedais em função da velocidade que se pretende atingir ou da inclinação que se pretende subir. Além disso, há hoje muitos acessórios para bicicletas e para este tipo de utilização como alforges e outros sistemas para carga, suspensões de selim, luzes, etc, etc,

12 - Em Paris existe o maior sistema de bicicletas partilhadas do mundo, o Velib (http://www.velib.paris.fr/), com quase 30 milhões de viagens até agora .
Dados do 1º ano de actividade (Jul 2008):
- Nº de estações do sistema (onde se podem levantar as bicicletas): 300
- Nº de bicicletas disponíveis: 28.000
- Nº de viagens efectuadas: 27 milhões
- Tempo médio por viagem: 18 minutos
- Percentagem de utilizadores que vivem fora do centro da cidade: 33%
- Aumento de utilização de bicicleta: 70%
- Nº de mortes de ciclistas desde o início do sistema : 3
- Redução do nº de acidentes de bicicletas: 20%
- Nº de bicicletas desaparecidas: 7.800 (em ano e meio)
- Nº médio diário de viagens: 78.000
Em Paris o número de utilizadores de bicicleta própria disparou depois deste sistema ter entrado em funcionamento. Com maior número de ciclistas nas estradas o respeito por este tipo de veículos aumenta pois são encarados com tráfego normal e não como alguém que está a ocupar um espaço que não lhes pertence. Está previsto um sistema semelhante na cidade de Lisboa, embora muito menos ambicioso.

13 - Por todo o mundo, várias cidades estão a desenvolver sistemas de uso partilhado de bicicletas (http://bike-sharing.blogspot.com/)

14 - Apesar da crise, todo o mercado que se relaciona com bicicletas está em franca evolução, o que denota uma clara tendência favorável a este movimento.

15 - Todas as últimas sextas-feiras de cada mês, milhares de utilizadores de bicicletas em todo o mundo reúnem-se nas suas cidades (aderentes) e passeiam pela cidade no meio do trânsito. Com o objectivo de sensibilizar os demais para este meio de transporte ecológico e eficaz estas concentrações ocorrem em locais centrais e promove também a partilha de experiências entre os participantes. (em Portugal temos http://massacriticapt.net/)

16 - Quem se desloca de bicicleta na cidade, vive-a de uma forma completamente diferente. Porquê? Porque não circula dentro de uma caixa de metal, tem um ângulo de visão alargado e desloca-se a uma velocidade que lhe permite observar o que lhe rodeia com outra percepção e ao mesmo tempo chegar ao destino com um tempo razoável.

17 - Bike-to-work-day. É como um casual-day, mas nos transportes. Nesse dia a pessoa troca o transporte habitual por uma bicicleta e vive um dia diferente, sendo muitas vezes o início de uma nova forma de viver.

18 - Em termos financeiros os benefícios são enormes. Para além do desgaste do automóvel, do consumo de combustível, etc, a médio e longo prazo a poupança em encargos com a saúde é incalculável. Há até famílias que prescindem de um 2º carro, por exemplo.

4 comentários:

Luis Correia disse...

poderá parecer uma grande desculpa, a atirar para o esfarrapado.

se não fossem as duas grandes subidas que tenho que fazer nos parcos 9 Km que separam a minha casa do trabalho, poderia considerar a bicicleta.

mas optei por investir numa scooter, que apesar de poluente, dá-me o descanso devido para chegar ao trabalho descansado.

em três anos, já fiz mais de 10000km na scooter, a grande maioria deles neste trajecto.

de cada dia que vou trabalhar de mota, poupo 1.8€ só em combustivel, o que em três anos dá uma poupança de 900€.

neste momento, o investimento que fiz no fato, luvas e mota, está amortizado.

tenho consciencia que mesmo assim uso um transporte pessoal e poluente, mas fica aqui o meu relato para aqueles que queiram mudar.

p.s. eu poderia optar por ter uma moto electrica, com 0 emissões de CO2, mas os custos são proibitivos.

Luis Correia disse...

após pensar mais um pouco nesta temática, acho que acabei por me desviar do assunto relevante que era obviamente a utilização da bicicleta face às demais opções.

com efeito, eu tenho como um grande desafio a subida desde o IC19 até ao TagusPark, subida essa com uma inclinação consideravel e com um transito caótico. na volta, tenho a toda a subida da famosa Av. dos Bons Amigos no Cacém e mais à frente a da minha rua.

é certo que se eu fizesse esse trajecto de bicicleta iria melhorar a minha forma física, hoje deploravelmente obesa. mas o esforço seria herculeo para dizer o minimo.

desta forma, escolhi um meio de transporte 'não enlatado', fora das obrigações e com o meu horário.

César disse...

Caro Luis Correia,
Se as subidas são o único obstáculo, ou seja, todos as outras questões são pacíficas - transpiração, tempo da deslocação, segurança, etc.. Não há nada como experimentar durante uns tempos.

Uma bicicleta não muito pesada e com mudanças suficientes poderá ajudá-lo. Eu tenho feito a subida de São Marcos e consigo não transpirar muito e trabalhar depois de um banho de gato com uns dodots!! :)
Está tudo no post do António.

César disse...

Quase me esquecia...
Obrigado pela referência, divulgação do tema e pelas palavras amigas.
Abraço,