sexta-feira, 4 de julho de 2008

The Swan

numa destas noites, no meio de um zapping descobri um programa, creio que na sic mulher, chamado "the swan".
a ideia é simples: candidatas (não sei se também há homens) são seleccionadas e podem mudar o seu visual, com acompanhamento de uma equipa multidisciplinar que inclui psicólogos, nutricionistas, personal trainers, médicos de várias especialidades (cirurgiões plasticos, médicos dentistas, ...).
ali fiquei. com o decorrer do programa fomos vendo o esforço imenso, sempre acompanhado, para mudar o visual, melhorar a imagem, gostar mais de si, aumentar a auto-confiança, achar-se melhor aceite, etc.
não tenho nada, atenção, mesmo NADA, absolutamente nada, contra.

fixei 2 notas:
- a ideia é mudar (interior e exteriormente) mas há um concurso como base da coisa. aos pares vai ganhando uma das candidatas, seleccionada para a final.
- exite todo um acompanhamento mas deu-me a sensação de que as candidatas eram pouco tidas e achadas para o resultado final. o critério da equipa multidisciplinar impunha-se (aqui pode ser erro de percepção meu).

a minha percepção final:
- no final de cada sessão cada uma das candidatas estava muito mais "bela". mas estava também muito mais artificial e as diferenças esbatiam-se grandemente. a mudança é feita de acordo com o esteriótipo de beleza pró louro (sem preconceito da minha parte, acho). na minha modesta opinião entram mulheres (o juízo de valor pode julgar que sejam mais ou menos belas) e saem mulheres tipo barbies dondocas (embora muito mais sorridentes).
- na final então é melhor nem falar. não se distinguem as candidatas. parece um desfile de gémeas. nesse momento então constata-se que se perdeu toda a diferença e todas as características que faziam de cada uma daquelas mulheres um ser interessante por ser, precisamente, diferente.

não tenho nada contra mudanças. que cada uma se sinta o melhor que puder enquanto cá anda.
mas desta forma acho estranho. e então com um concurso à mistura ...
parece que apenas vale um tipo de imagem e que se faz tudo para o ter.
todos iguais, poucas diferenças.
ficamos mais pobres.

bfs
ab

1 comentário:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Há uns tempos assisti (por acidente) a esse programa também. Tipo: "de patinho feio a cisne".

Sem querer ser igual ao António, concordo consigo em absoluto.

Tanto até, que talvez por por essas razões (e defeituosamente) eu seja assim tão... "diferente".

Se queria mudar? Não sei, acho que não... estou só a pensar em rapar o cabelo. Eu... sou sempre eu, com cabelo, sem cabelo, com baton, sem baton, de calças largas, de mini saia, de salto alto ou de sandálias hippie, sou ou não sou?

Mas o que pensam de mim? Ai isso já muda como cada camisa que eu mudo! E daí? Agradar a A? Vestir e pentear de maneira X? Agradar a B? Saltos altos e cabelo louro? Ou agradar a mim? Tenho sempre optado por esta última hipótese. Pelo conforto, pelo que me dá conforto e me faz sentir bem. Comigo. Por isso tenho este "aspectozinho", mas garanto, levasse eu um banho de "barbiquice", e não era eu a mesma? Claro que era! Atrairia certas e determinadas pessoas pelo visual? Sem dúvida! Mas que valores terão essas pessoas que se aproximam de outras pelo visual? E se afastam por um outro visual?

E eu? Aproximo-me dos outros também pelo visual? Não os julgarei pela forma como se apresentam? Confesso que somos quase empurrados a isso.

Mas depois há que descobrir o Ser (para os interessados, pois há os que se ficam mesmo e só pela imagem). O Ser! Do bonitão, e da mulher bombástica e do rapaz de óculos fundo de garrafa e com excesso de peso, e da gordinha de olhar apagado, e ai quanta surpresa nos aguarda o Ser, se nos dermos ao trabalho de o descobrir!

Um beijinho António e boas férias ou preparação para as férias!

Ana Pereira