domingo, 5 de outubro de 2014

Lições Aprendidas – jornada dos 300 km

Não mais do que senso comum, que com o passar de todos os dias se revela sempre a base de qualquer estratégia e resultado.

1.      Objetivo bem definido
O objetivo era simples: chegar junto da família, de bicicleta, em autonomia, num percurso realizado numa única jornada.
Adicionalmente: percorrer 300+ km até 20 horas.

2.      Plano
Ter sempre um plano. Nem que seja para não cumprir. Assim como não há nada mais prático do que uma teoria, também não existe nada que ajude mais a concretizar um objetivo do que ter um plano.

3.      Várias vezes um pedaço = objetivo mais facilmente concretizado
300 km são 6 vezes 50 km. São 6 etapas, 6 objetivos, os quais se vão controlando, monitorizando o desempenho e servem, cada um deles, para picar a checklist, ganhar motivação e saber que se está mais próximo.

4.      Comer e beber e descansar
Seja qual for a distância, comer e beber bem, corretamente e atempadamente, é a única forma de a cumprir. Sem combustível, durante tantas horas, não se chega ao final e pode aleijar. Descansar também é nuclear, nomeadamente quando a saturação de pedalar começa a manifestar-se. Alongar é um benefício nos tempos de descanso.

5.      Ouvir … o corpo e a mente
Tanto tempo a pedalar significa que pode acontecer qualquer coisa a qualquer momento.
Vigília máxima é condição essencial. Estar a tento a todos os sinais. Perceber que a dor, sem ser aquela aguda, se anula com a cabeça. A dor no rabo, a dor nas pernas, a dor nas costas, conseguem minimizar-se focalizando no objetivo último e ganhando motivação com os objetivos intermédios.

6.      Nunca inventar
Não devem utilizar-se nem praticar novidades em percursos tão longos. A distância e as variadas condições do contexto são por si já novidades a que tem que se dar resposta. Invenções é sempre na preparação.

7.      Ter alguém com quem comunicar, vozes e ouvidos ao longo da jornada
Pedalar sozinho, num retiro é bom, mas é fundamental ter alguém com quem ir partilhando as incidências do percurso. Somos animais de grupo.

8.      Desfrutar do caminho
Tanto tempo em cima de uma bicicleta tem que servir, para além da realização pessoal, para desfrutar da paisagem e para ver, repito, ver, as pessoas. Não serve apenas olhar e seguir viagem.

9.      Não existem impossíveis
Há um ano estava a começar. Nem sabia se conseguia pedalar 100km. Desde essa altura já percorri mais de sete mil quilómetros com distâncias que variam entre os 50, 100, 200 e 300 quilómetros. Novos desafios estão à espera.

1.  A vontade e a estratégia mandam, não o material
Tenho uma bicicleta que pesa 14 kg, com 23 anos, uma clássica. Quis, sem material de estrada, sem fatos especiais, sem sapatilhas de encaixe, sem … fazer esta distância. Fi-la. Quando se quer não existem desculpas.

1.  Efeito da continuidade
Os resultados que se alcançam nunca são o fruto de meia dúzia de dias de preparação. Todo o caminho realizado conta, todas as experiências, todo o efeito acumulado da prática. A preparação para estes 300km não teria resultado tão bem se não tivesse já andado continuadamente de bicicleta desde agosto de 2013. Todo o passado alicerça as conquistas do futuro e tem que servir para aumentar a confiança nos novos desafios.

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